Cabos de aço devem permitir redução no número de pilares, melhorar navegabilidade sob a ponte e reduzir risco de acidentes como o que derrubou a terceira ponte da Alça Viária no último sábado (6). Buscas por eventuais vítimas ainda continuam no local.
As obras de recuperação da ponte sob o rio Moju que caiu no último sábado (6) devem custar cerca de R$ 100 mil reais e a nova estrutura usará cabos de sustentação, diminuindo o número de pilares e aumentando a área navegável sob a via. O projeto foi apresentado pelo Secretário de Transportes do Pará (Setran) no último domingo à noite (7) e é baseado no uso de estais, ou seja, cabos de sustentação.
Por causa do cabeamento, o número de pilares será reduzido e a distância entre eles será maior, o que deve minimizar novos acidentes envolvendo embarcações que passam pelo local.
As opções sobre o uso de proteção nos pilares e tipo de sustentação da ponte que foi derrubada têm sido contestadas por representantes do Conselho Regional de Engenharia do Pará (Crea-pa) e da Secretaria de Transporte.
De acordo com o Governo, após a obra, dois vãos de 134 metros cada, vão garantir a navegabilidade. “O trecho destruído da ponte utilizava o sistema de pilares convencionais, com vão central de 80 metros e vãos menores contendo 40 metros. Os estais serão utilizados apenas neste trecho destruído, ou seja, nos 268 metros que desabaram, eliminando quatro estruturas de pilares que dificultavam a navegação na área”, detalhou o secretário de transportes, Pádua Andrade.
A nova estrutura usa mastros, tabuleiros, fundação e estais. Os cabos ou estais se interligam no mastro e, estes últimos, se conectam ao tabuleiro, que por sua vez também é sustentado pelos estais ou cabos. O sistema já é usado na ponte sobre o Rio Guamá, a primeira do complexo da Alça Viária.
Um grupo de trabalho com várias instituições vai atuar na fiscalização e contratação de serviços para a construção da ponte sob o Rio Moju, que foi derrubada no dia 6 de abril. Além de Secretárias e do Governo do Estado, fazem parte do grupo, o Ministério Público de Contas, o Tribunal de Constas do Estado e o Ministério Público do Estado.
Buscas
Buscas por sobreviventes da ponte da Alça viária que caiu no último sábado (6) foram interrompidas novamente no início da noite desta segunda-feira (8), mas devem continuar nas primeira horas da manhã desta terça-feira (9).
Trabalham na tentativa de localização de eventuais vítimas, 30 militares do Corpo de Bombeiros e ainda 60 da Marinha do Brasil, incluindo mergulhadores e agentes em oito embarcações.
Uma lancha hidrográfica com sonar de varredura lateral também está no local tentando localizar possíveis veículos que possam ter caído dentro do Rio Moju. Até o momento não há confirmação de que haja vítimas do acidente.
Entenda
De acordo com a Capitania dos Portos, a embarcação colidiu com um dos pilares de sustentação da ponte e causou o desabamento de cerca de 200 metros da estrutura, que possuía 860 metros de comprimento e 23 de altura. Com a batida, quatro pilares caíram. A Capitania interditou a área de navegação sob a ponte Moju-Alça, por apresentar riscos à navegação.
A ponte está localizada no quilômetro 48 da rodovia estadual PA-483 e liga a Região Metropolitana de Belém ao Nordeste do Estado do Pará.
O que se sabe até agora
- Uma balsa que transportava rejeitos de dendê colidiu contra um dos pilares de sustentação da ponte na madrugada de sábado (6)
- Testemunhas dizem ter visto dois carros caírem no rio; bombeiros fazem buscas
- Inquérito é aberto e desabamento é investigado pelo MPPA
- Balsa, que provocou desabamento, estava irregular, segundo informações da Capitania dos Portos
- Tripulação da balsa presta depoimento, conteúdo não é divulgado
- Governo anuncia medidas emergenciais para diminuir impactosdo acidente
- Engenheiros apontam falhas em projeto da ponte que caiu no Pará
Mapa mostra ponto em que parte de ponte caiu — Foto: Juliane Souza