O Enem PPL no Pará iniciou em 2009 com a participação de internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua. Em 2018, foram mais de mil detentos inscritos.

Para incentivar os internos a estudarem e se inscrevem em provas como o Enem PPL, são realizadas aulas regulares por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e simulados, que ocorrem na unidade prisional. Segundo a coordenadora de Educação Prisional, Patrícia Sales, o principal objetivo de estimular os detentos a estudar é a reinserção social.

“Fazer com que eles consigam seu espaço na sociedade, tenham uma formação acadêmica, pois os que estudam, de acordo com dados, geralmente não retornam para o sistema carcerário e conseguem uma renda digna”, afirma a coordenadora.

Para o diretor de Reinserção Social da Susipe, Belchior Machado, enquanto política pública e assistência às pessoas privadas de liberdade, a educação tem caráter emancipador. “O estudo traz remição da pena, sendo parte fundamental na reinserção social dos custodiados. Nesse sentido, o Enem apresenta-se como uma perspectiva de futuro e, por isso, eles são estimulados a se inscreverem, tendo a possibilidade de aprovação. Entendemos que um curso superior abre portas e os afastam da criminalidade”, pontua.

Esse ano, o atendimento será ampliado. Além dos internos com baixa visão, que já recebiam suporte em edições anteriores, também serão atendidos detentos com cegueira, visão monocular, surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, autismo, discalculia, deficiência física, deficiência auditiva, surdez e deficiência intelectual. No ato da inscrição, é preciso informar a necessidade de atendimento especializado.

As provas ocorrerão nos dias 10 e 11 de dezembro. O Enem poderá ser utilizado para acesso ao ensino superior pelos participantes que já concluíram ou concluirão o ensino médio em 2019.