Leite entregue em padarias leva perigo à saúde do marabaense

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vem alertando frequentemente os consumidores sobre os riscos à saúde com a ingestão de leite cru, sem pasteurização. E é esse leite, in natura, que sai das pequenas propriedades, em tambores ou já em sacos plásticos, que vem sendo entregue diariamente nas padarias de Marabá, logo cedo, que, inadvertidamente está sendo consumidos pela população.

Apesar de ser um alimento nutritivo e amplamente consumido, o leite é um substrato ideal para o desenvolvimento de grupos de bactérias que podem causar danos graves à saúde pública. Entre as doenças que podem ser transmitidas pelo consumo de leite cru estão a tuberculose, brucelose, listeriose, salmonelose, yersiniose, campilobacteriose, infecção por Escherichia coli, entre outras.

Logo, o ideal seria que esse pequeno produtor, após fazer a ordenha em sua propriedade, repassasse o leite a um laticínio mais próximo para que o produto passasse por processo de pasteurização e assim fosse entregue ao consumidor com segurança.

No Brasil, a venda de leite cru é proibida em todo o território nacional, pelo Decreto nº 923/1969. “O consumo de leite e seus derivados deve ser incentivado por se trata de um grupo de alimentos ricos em nutrientes que compõem a dieta da população. Contudo, deve ser observado se os alimentos adquiridos possuem selo de inspeção municipal, estadual ou federal que asseguram ter controle sanitário”, alerta a auditora fiscal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Mayara Pinto. “É imprescindível a aquisição de leite que tenha sido submetido ao processo de pasteurização, que fornece segurança ao produto e aos derivados”, afirma.

Na pasteurização o leite é submetido à temperatura de 72ºC a 75ºC por 15 a 20 segundos, inativando eventuais agentes patogênicos, sem, contudo, esterilizá-lo, mantendo parte da população bacteriana e preservando a sua qualidade nutricional.

Consumo de leite in natura preocupa Vigilância Sanitária de Marabá     

Em Marabá, a Divisão de Vigilância Sanitária (Divisa) há muito vem se preocupando com essa situação, mas, segundo seu coordenador, Daniel Soares da Silva, no tocante à alimentos, à repartição só compete fiscalizar os comércios da cidade. Ou seja, não é competência da Divisa ir até a propriedade para verificar de que forma está se dando a ordenha, por exemplo, como esse leite está sendo transportado e de que forma ele é armazenado, empacotado e distribuído.

Além dessa barreira, a Divisa ainda enfrenta o número diminuto de fiscais, já que o leite que vem da zona rural, chega a Marabá pelas quatro entradas da cidade, conforme levantamento feito pela própria Divisa.

Entretanto, Daniel está entrando em entendimentos com a Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri) – essa sim com competência para avaliar a qualidade e a segurança alimentar do que entra na cidade, mas que também não dispõe de grandes recursos humanos – para juntos tomarem medidas em defesa da saúde da população.

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