“Leite de latão” pode transmitir brucelose a quem o consome

Uma das mais graves zoonoses transmitidas do gado bovino para o ser humano é a brucelose. E um dos modos de transmissão, talvez o mais efetivo por estar em milhões de mesas logo cedo no café da manhã, é o leite cru, assim como os produtos lácteos contaminados, a exemplo do queijo fabricado com esse leite não pasteurizado.

A brucelose humana é causada por bactérias do gênero Brucella spp. da família Brucellaceae. Como essa bactéria possui múltiplas rotas de infecção, tendo nos mamíferos são os principais hospedeiros naturais, gera um cenário de difícil controle e de real ameaça para a saúde pública, qualidade de vida e sobrevivência de pessoas e animais.

Com a capacidade para afetar diversos órgãos e sistemas, a brucelose humana pode simular ou se assemelhar a outras infecções e doenças não infecciosas. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns são: febre, mal-estar, sudorese (noturna e profusa), calafrios, fraqueza, cansaço, perda de peso e dores de cabeça, articulares, musculares, no abdômen e nas costas.

Por serem sinais e sintomas comuns a outras doenças, isso pode dificultar o diagnóstico. No entanto, a doença pode causar sintomas inespecíficos ou gerar uma infecção sem sintomas nos pacientes. O período de incubação da brucelose humana varia entre cinco e 60 dias, podendo durar por até dois anos.

O tratamento da brucelose humana é feito com antibióticos. Se a doença não for tratada adequadamente, pode se tornar crônica. Por isso, assim que surgirem os primeiros sintomas é essencial procurar um médico profissional para avaliação detalhada do quadro.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento gratuito da brucelose humana aos estados e seus municípios. Os medicamentos da terapia antibacteriana poderão ser receitados após avaliação médica e confirmação do diagnóstico por exames laboratoriais.

Consumidor marabaense corre risco permanente

Em Marabá, a venda e o consumo desse leite, in natura, vêm colocando em risco permanente a saúde da população, apesar dos esforços dos órgãos de segurança alimentar.

O produto, conhecido como “leite de latão” vem da zona rural, de propriedades mais próximas dos núcleos urbanos, e é entregue em latões de plásticos ou de zinco e ainda já embalados em sacos de plástico ou em garrafas pet reutilizadas, em todos os bairros da cidade, sendo consumido pela população em geral, sem distinção de classe social.

Não se sabe, porém, quais os procedimentos de higiene empregados na ordenha das vacas, e que os locais o leite é armazenado antes da distribuição, se esses latões são adequadamente lavados e esterilizados nem como é feita a embalagem.

Logo, só há um modo de se prevenir contra a brucelose transmitida pelo leite cru: consumir somente o leite que passa pelo processo de pasteurização. Ou seja, é aquecido a mais de 70°C por até 20 segundos, e então resfriado muito rapidamente a -4 °C. Esse método mata apenas as bactérias que causam doenças e conserva o leite por até sete dias.

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