Arcebispo metropolitano de Belém faz pronunciamento sobre acusações de imoralidade

Dom Alberto Taveira Corrêa disse que recebeu informações de procedimentos investigativos contra ele com graves acusações sem que fosse questionado e ouvido.

O Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, fez um pronunciamento neste sábado (5), disponibilizado na página da Arquidiocese de Belém, para se defender, segundo ele, de acusações de imoralidade.

Dom Alberto Taveira disse que recebeu, há poucos dias, a informação de procedimentos investigativos contra ele, com graves acusações sem que tenha sido “previamente questionado, ouvido ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações”.

O arcebispo declarou que confia na justiça brasileira e que está à disposição das autoridades eclesiásticas e civis, para que a realidade seja restabelecida integralmente. No pronunciamento gravado, Dom Alberto Taveira disse que tudo está sendo acompanhado adequadamente pela Santa Sé.

Dom Alberto Taveira fez pronunciamento sobre acusações de imoralidade — Foto: Tarso Sarraf

Dom Alberto Taveira fez pronunciamento sobre acusações de imoralidade — Foto: Tarso Sarraf

Em carta destinada a diáconos e sacerdotes, o arcebispo afirmou que as denúncias enviadas à Santa Sé provocaram uma visita apostólica, encerrada nesta semana.

Dom Alberto Taveira escreveu que “tem clara consciência da improcedência das acusações” e que vai aguardar as investigações que correm em segredo da justiça. O Arcebispo não deu nenhum detalhe sobre as acusações que pesam sobre ele.

DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
Belém, 05 de dezembro de 2020.
Aos sacerdotes da Arquidiocese de Belém
Caríssimo irmão sacerdote,
“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão.
Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja
decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja.
Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano” (Mt 18,15-
17).
Dirijo-me a você com imensa dor no coração. Fui acusado de crimes de ordem moral,
sem que me tenha sido dada a oportunidade de ser ouvido. Foram denúncias enviadas à
Santa Sé, que provocaram uma Visita Apostólica, encerrada nesta semana; foi instaurado
um processo em curso junto às autoridades civis. A iminente divulgação em mídia nacional,
ao que tudo indica, causará danos irreparáveis à minha pessoa e provocará um profundo
abalo à Igreja.
Não tenho o direito de me omitir diante do meu clero, e submeto-me ao juízo dos
irmãos, sabendo, entretanto, que o mais importante vem de Deus, e ele saberá encaminhar
tudo. Tenho clara consciência da improcedência das acusações que me são feitas, sendo
por agora obrigado a aguardar os procedimentos investigativos das autoridades civis, que
correm em segredo de justiça. Como não poderia deixar de fazer, constituímos advogados
para acompanhar o processo.
Sei do testemunho da grande unção que há no coração do nosso clero, do forte
espírito fraterno e senso de comunhão eclesial. Conheço o seu empenho em tornar fecundo
o seu ministério e as intempéries porque passa para exercê-lo com fidelidade ao Senhor.
Não desconheço suas valiosíssimas expressões de apreço que me chegam constantemente,
compartilhando alegrias e preocupações. Por isso, asseguro-lhe a minha tranquilidade
quanto a tudo isso, estou nas mãos de Deus, como todos devemos estar sempre, na certeza
de que nele está a solução para esta situação, que eu nunca poderia imaginar de passar.
Confio, portanto, na divina Providência, como nos pede o Apóstolo São Pedro: “humilhai-vos
sob a poderosa mão de Deus, para que na ocasião própria vos exalte; lançai nele toda a vossa
preocupação, porque é ele que cuida de vós” (1 Pd 5, 6-7).
Nesta experiência de calvário, conto com suas orações para que eu permaneça firme
e o brilho da verdade sempre prevaleça.
Peço-lhe que esta carta seja lida na sua integra ao povo de Deus
Com o coração cheio de dor e esperança!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará

 

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