COVID-19: CNBB EXPEDE ORIENTAÇÕES PARA AS CELEBRAÇÕES DA PÁSCOA

Em documento assinado por Dom Edmar Peron, bispo de Paranaguá e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), datado do último dia 16, a Igreja Católica orienta como devem ser a celebrações da Páscoa deste ano de 2021, tendo em vista a pandemia de covid-19 e os protocolos de prevenção.

As recomendações vão desde as procissões, passando pela Missa de Ramos e as celebrações da Sexta-Feira Santa. Veja a seguir como devem ser os atos litúrgicos este ano:

  1. Procissões: previstas sempre em nossas programações da Semana Santa, devem, contudo, ser evitadas, visando a não aglomeração de fiéis e, consequentemente, não possibilitando possíveis riscos à saúde pública;
  2. Domingo de Ramos: seja utilizada a segunda forma prevista pelo Missal Romano, dentro das igrejas, respeitando-se as orientações sanitárias e o percentual de capacidade do número de participantes. Os fiéis sejam previamente exortados a trazer seus próprios ramos de casa, uma vez que não devem ser distribuídos nas igrejas, evitando-se a entrega ou a troca destes. Pode também ser utilizada a terceira forma prevista no Missal Romano. Lembramos que, em ambas as formas a serem escolhidas, a leitura da Paixão do Senhor é prevista em todas as celebrações paroquias deste dia.
  3. Missa do Crisma: seja celebrada, a juízo do bispo diocesano, na medida do possível, com uma representação de “pastores, ministros e fiéis”, na quinta-feira-santa pela manhã ou em outro dia, preferencialmente ainda dentro do Tempo Pascal.
  4. Missa da Ceia do Senhor: seja omitido o Rito do Lava-pés. Esse rito, quando realizado, requer a presença física de pessoas, homens e mulheres. Por isso, não deve ser substituído por nenhuma outra iniciativa, ideia ou representação que possa ferir o valor simbólico-sacramental deste gesto ritual. No final desta celebração, após a oração depois da comunhão, omita-se também a Transladação do Santíssimo Sacramento, que deve ser conservado no tabernáculo como de costume. Julgando-se oportuno, pode-se seguir um breve momento de oração em Vigília Eucarística individual, sem solenidades. “Não se pode fazer a exposição com o ostensório” (Paschalis Sollemnitatis, n. 55). O momento de adoração seja breve para se evitar a permanência dos fiéis dentro das igrejas por muito tempo.
  5. Sexta-feira Santa: conforme orientação do Missal Romano (Sexta-feira da Paixão do Senhor, n. 12) o bispo pode autorizar ou determinar uma intenção particular. Repropomos a oração a ser novamente inserida na Oração Universal, como número X, antes de se rezar “Por todos os que sofrem provações”, conforme a seguir:
  6. Pelos que padecem a pandemia do Covid-19

Oremos ao Deus da vida, salvação do seu povo, para que sejam: consolados os que sofrem com a doença e a morte, provocadas pela pandemia do novo coronavírus; fortalecidos os que heroicamente têm cuidado dos enfermos; e inspirados os que se dedicam à pesquisa de uma vacina eficaz. Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:

  • Deus, nosso refúgio nas dificuldades, força na fraqueza e consolo nas lágrimas, compadecei-vos do vosso povo que padece sob a pandemia, para que encontre finalmente alívio na vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.

Para a Adoração da Santa Cruz, seja utilizada a genuflexão simples ou outro gesto apropriado, evitando a utilização do beijo ou qualquer outro contato físico: “o sacerdote toma a cruz e, de pé diante do altar, convida o povo em breves palavras a adorá-la em silêncio, mantendo-a erguida por um momento” (Missal Romano, Sexta-feira da Paixão do Senhor, n. 19).

  1. Sábado Santo: dia de recolhimento. “Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto do Sepulcro do Senhor, meditando a sua paixão e morte, a sua descida à mansão dos mortos (1Pd 3,19), esperando na oração e no jejum a sua ressurreição” (Paschalis Sollemnitatis, 73). Ajudarão a bem viver esse dia: a oração do Ofício Divino, uma Celebração da Palavra em família (conforme subsídio “Igreja em Oração” – Abril 2021, pág 44) ou outra oração da piedade popular como, por exemplo, a meditação das Sete Dores de Nossa Senhora ou a Via-sacra.
  2. Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor Vigília Pascal: a Solene Vigília Pascal seja celebrada conforme sua estrutura própria. Pode-se, porém, seguir algumas indicações particulares. 1) Celebração da Luz (primeira parte): pode-se, no local da celebração, acender o Círio Pascal (Missal Romano, Vigília Pascal, n. 13) e, imediatamente, as velas das pessoas que puderem participar presencialmente; em seguida, faz-se a Proclamação da Páscoa ou Exultet. 2) Liturgia da Palavra (segunda parte): sugerimos a proclamação do número reduzido dos textos bíblicos para se evitar o prolongamento da celebração, ou seja:

Leiam-se pelo menos três leituras do Antigo Testamento ou, em casos especiais, ao menos duas. A leitura do Êxodo, cap. 14, nunca pode ser omitida” (Missal

Romano, Vigília Pascal, n. 21). Do Novo Testamento, leiam-se a Epístola e o Evangelho. 3) Liturgia Batismal (terceira parte): se não houver Batismo nem bênção de água batismal realiza-se apenas a Renovação das Promessas do Batismo. 4) Liturgia Eucarística (quarta parte): observe-se apenas a necessidade de se dar a comunhão na mão, sem realizar a saudação da paz.

  1. Subsídio para a oração nos lares: como enfaticamente sugerido pela Nota do dia 17 de fevereiro, acima citada, convidamos aos fiéis a cultivar momentos de oração em família ou pessoalmente a partir de subsídios propostos pelas próprias dioceses e paróquias. Nossa Comissão, desde o ano passado, vem oferecendo semanalmente e oferecerá também para as celebrações da Semana Santa o subsídio “Celebrar em Família” que pode ser acessado no site: cnbb.org.br
  2. Celebração do Sacramento da Penitência e Absolvição Geral: indicamos a Nota da Penitenciaria Apostólica, de 19 de março de 2020: https://www.vatican.va/roman_curia/tribunals/apost_penit/documents/rc_trib_ap pen_pro_20200319_decreto-speciali-indulgenze_po.html#NOTA
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