Grupo toma vacina a R$ 600 clandestinamente, diz revista

O grupo, segundo a denúncia, era composto de políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, além dos familiares.

 

A revista Piauí publicou uma reportagem, nessa quarta-feira, 24, em que afirma ter ouvido pessoas que tomaram a vacina contra a covid pagando R$ 600 pelas duas doses. O grupo, segundo a denúncia, era composto de políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, além dos familiares.

O Congresso aprovou há menos de um mês projeto de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que autoriza a compra de imunizantes pela iniciativa privada, porém, somente após o Ministério da Saúde ter imunizado todo o grupo prioritário (77,2 milhões de pessoas), é que as vacinas poderiam, por exemplo, imunizar funcionários de empresas e empresários. Antes disso, as compras feitas pela iniciativa privada precisam ser doadas ao SUS. O Brasil vacinou menos de 15 milhões de pessoas até agora.

O grupo fura-fila teria tomado a primeira dose da vacina da Pfizer. A segunda dose está prevista para ser aplicada nas cerca de 50 pessoas em 30 dias, ao custo de R$ 600 por pessoa.

Segundo a revista, o ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi um dos vacinados. “Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei.

Fui convidado, foi gratuito para mim”, disse ele à Piauí. Uma fonte familiarizada com o caso disse à revista que a vacina era da Pfizer, mas o laboratório nega que tenha vendido seu imunizante no Brasil “fora do âmbito do programa nacional de imunização”

 

Tráfico”

O deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) disse ao UOL, na noite desta quarta-feira, que as pessoas que se vacinaram clandestinamente, cometeram “uma sucessão de crimes”. O deputado, que é médico, disse que denunciou o caso ao Ministério Público para que a segunda dose fosse confiscada.

Mais do que um escárnio com milhões de brasileiros que estão na fila, sonhando em chegar o seu dia para tomar a vacina, o que esses empresários fizeram é uma sucessão de crimes. Acredito que podemos estar diante de um fio da meada que pode revelar um tráfico de vacinas para o Brasil, para abastecer um camarote clandestino da vacina, que está sendo criado infelizmente por alguns empresários e políticos”, acusou o deputado.

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