Polícia do Pará prende suspeito de envolvimento na morte de Raul Wolf Sócio foi preso em Operação Policial. Irmão acredita que há mais pessoas envolvidas, inclusive

Operação Gambit foi realizada nesta sexta-feira (14/5) e fez buscas na pedreira e em residências / Crédito: Delegacia de Homicídios de Marabá/PA

 

Nesta sexta-feira (14/5), a Polícia Civil do Pará avançou nas investigações da morte do empresário teutoniense Raul Alberto Wolf (48). A Delegacia de Homicídios (DH) de Marabá realizou a Operação Gambit, nas cidades de Tucumã e Ourilândia do Norte.

Uma pessoa que administrava a empresa foi presa, suspeita de estar envolvida no assassinato. Conforme o delegado Tony Vargas, titular da DH, a investigação apura o crime, em tese motivado por ambições empresariais entre sócios da empresa Construtora e Britagem Milanos.

O sócio de Raul Wolf foi preso e conduzido ao presídio de Marabá, onde deverá aguardar para não interferir no andamento das investigações. A previsão da Delegacia de Homicídios é pelo menos 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.

Os policiais civis de Marabá e Parauapebas cumpriram seis mandados de busca e apreensão em residências, no escritório de contabilidade e na própria empresa de britagem.

Foram apreendidos diversos documentos, aparelhos celulares, notebooks, drives externos e pen drives que serão posteriormente analisados e periciados.

Foram apreendidos diversos documentos, aparelhos celulares, notebooks, drives externos e pen drives que serão posteriormente analisados e periciados.

Na casa do contador da empresa, os policiais encontraram munições de arma de fogo que possibilitaram a prisão em flagrante do mesmo. Ele teria conseguido a liberação por meio do pagamento de fiança.

Irmão acredita em mais envolvidos

O irmão Carlos Edvino Wolf acredita que há mais pessoas envolvidas. “Desvio de milhões foram a causa do assassinato do Raul. Ele descobriu e aí foi assassinado”, desabafa o irmão. Ele classificou isso como uma “queima de arquivo”.

Raul teria comprado as ações ou cotas do pai Rubem Wolf na pedreira. “Era 90% dono e o administrador [hoje preso] tinha 10%. O Raul estava fazendo um bom trabalho e descobriu muitos desvios”, complementa.

Os desvios estariam ocorrendo desde 2010 e somente em 2019 chegaram a R$ 1,5 milhão. As empresas apresentavam balanços ruins e falimentares, enquanto que os envolvidos tinham patrimônios como residências novas e carros de luxo.

Pouco antes de ser assassinado, Raul e o pai Rubem teriam conversado e decidido afastar o sócio preso hoje. O irmão conceituou como “quadrilha” o grupo formado. “Até hoje não tivemos acesso a nenhuma informação”, disse. Até criaram outra empresa, com o mesmo endereço. “Essa empresa está trabalhando em cima do patrimônio da minha família”, desabafa.

Carlos Wolf chegou a mencionar que “há fortes indícios do envolvimento de familiares, que não foram ao velório e sepultamento do Raul”. Ele revelou ter algumas conversas gravadas e que comprovam determinadas situações. “Tudo que vou falar tenho como provar. Algumas pessoas não fizeram muita questão, mas eu e os sobrinhos, com muito trabalho, fomos atrás”, revelou.

 

Na segunda-feira (10/5), o irmão contatou a reportagem, quando manifestava angústia e ansiedade com o andamento da investigação, após um ano e meio da morte.

Disque-denúncia

Carlos Wolf insiste que as pessoas façam denúncias anônimas para encontrar um vídeo, que circulou no WhatsApp e mostraria o momento do assassinato. Foi criado um disque-denúncia anônimo para quem souber de informações referentes ao caso.

Relembre o caso

O teutoniense Raul Alberto Wolf (48 anos) foi assassinado no dia 10 de novembro de 2019, na cidade de Marabá, estado do Pará. O homicídio ocorreu na Rua Sol Poente, no Núcleo Cidade Nova.

Raul saiu do hotel para tomar café da manhã, por volta das 8h30. Ao retornar, na garagem do hotel, foi executado por uma dupla que estaria em um moto Biz branca. Eles dispararam com armas de fogo na região da nuca do teutoniense.

 

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