19ª Feira Literária de Paraty terá transmissão ao vivo em Parauapebas e Canaã

Os participantes poderão interagir com os escritores a partir de chats, com a ajuda de mediadores no local. Em Parauapebas, a mediadora será Rebeca Valquíria, diretora do Museu Municipal. Em Canaã, o mediador será Júnior Vaz Kanaí, presidente da Academia Canaanense de Letras.

 

Pela primeira vez, a Flip será exibida na TV, em parceria com o canal por assinatura Arte1. Em ação que também é patrocinada pelo Instituto Cultural Vale, serão transmitidas todas as mesas dos finais de semana e, durante a semana, as mesas das 20h.

 

Saiba quais eventos serão transmitidos

 

Canaã dos Carajás

 

Local: Centro de Formação dos Profissionais da Educação Professora Rute Sampaio, Avenida dos Pioneiros, bairro Centro, em frente ao Posto Xodó́.

 

27/11, às 16h – Mesa 1: Nhe’éry Jerá

 

Carlos Papá, Cristine Takuá e Cerimônia Guarani

 

Cristine é filósofa, educadora e artesã da aldeia do Rio Silveira. Já Carlos é líder e cineasta do povo Guarani Mbya. O trabalho deles contribui para o reconhecimento e fortalecimento da cultura de seus povos.

 

27/11, às 18h – Mesa 2: Literatura e plantas

 

Stefano Mancuso e Evando Nascimento

 

Mediação: Prisca Agustoni

 

As plantas pensam? Como pensam? E que tipo de conhecimentos são produzidos a partir desse pensamento? Nesta mesa, o botânico italiano Stefano Mancuso encontra-se com o crítico literário Evando Nascimento para que ambos, cada um a seu modo, nos campos de conhecimento pelo qual transitam, apontem para os caminhos possíveis de compreensão do pensamento vegetal.     

 

27/11, às 18h – Mesa 4: Folhas e verbos

 

Véronique Tadjo e Edimilson Pereira de Almeida

 

Mediação: Joselia Aguiar

 

No encontro entre os poetas, pesquisadores e romancistas Véronique Tadjo e Edimilson Pereira de Almeida, suas histórias convergem em reflexões sobre a força e fragilidade do lugar do humano no mundo.

 

28/11, às 16h – Mesa 3: Naturalismo e violência

 

Micheliny Verunschk e David Diop

 

Mediação: Milena Britto

 

Há pontos de contato entre os mundos criados por Micheliny Verunschk e David Diop em seus romances mais recentes. Em “O som do rugido da onça”, a escritora pernambucana evita a historiografia hegemônica e parte da vida curta de Iñe-e e Juri, crianças indígenas arrancadas de suas terras por exploradores europeus, para meditar sobre os vazios de memória causados pelo desterro. O livro “A porta da viagem sem retorno”, do romancista francês David Diop, faz a operação oposta. Em referência à Ilha de Gorée, um dos maiores centros de comércio de escravizados do continente africano durante quatro séculos, o escritor projeta a subjetividade do botânico Michel Adanson, um homem do Iluminismo, movido por desejos como o de formular uma enciclopédia de todos seres vivos. Não é surpresa que em ambos os livros o leitor se depare com vidas desintegradas pelo progresso, corpos e mentes distantes dos próprios passados, ameaçados de esquecerem até mesmo de si.

 

 

 

04/12, às 16h – Mesa 16: Em busca do jardim

 

Alice Walker e Conceição Evaristo

 

Mediação: Djamila Ribeiro

 

São muitas as aproximações possíveis entre as obras de Alice Walker e Conceição Evaristo. Vozes fundamentais da ficção negra em seus respectivos países, as escritoras, a partir de universos próprios, usam a literatura para iluminar a história de violência que condiciona as relações étnicas no Brasil e nos Estados Unidos.

 

04/12, às 18h – Mesa 17: Ouvir o verde

 

Alejandro Zambra e Ana Martins Marques

 

Mediação: Rita Palmeira

 

Ouvir o verde foi uma tarefa a que se prestaram Alejandro Zambra e Ana Martins Marques. São muitas as maneiras pelas quais as plantas – e o modo como vivem – estão presentes em “Bonsai” e em “A vida privada das árvores”, textos do início da carreira de Zambra, e que agora ganham reedição no Brasil. Já Ana Martins dedicou-se a escutar as plantas no “Livro dos jardins”, obra de pequena tiragem que reúne 21 poemas divididos entre homenagens a flores e a escritores que, como ela, têm nas plantas inspiração para seus universos poéticos.

 

05/12, às 16h – Mesa 18: Metamorfoses

 

Emanuele Coccia e Adriana Calcanhotto

 

Mediação: Cecilia Cavalieri

 

O italiano Emanuele Coccia se propôs um desafio: construir um sistema filosófico da própria metamorfose. Nesta obra inovadora fica claro que é essa a experiência elementar e originária da vida, que dela surgem as possibilidades e os limites da existência. Se para Coccia é certo que a vida é um ato metamórfico, o encontro com a cantora Adriana Calcanhotto possibilitará explorar os sentidos dessa experiência nas diversas formas de arte.

 

05/12, às 18h – Mesa 19: Cartografias para adiar o fim do mundo

 

Ailton Krenak e Muniz Sodré

 

Mediação: Vagner Amaro

 

Muniz Sodré é sociólogo, professor e ensaísta, membro da Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil e pesquisador das línguas iorubá (nagô) e do crioulo de Cabo Verde. É também Obá de Xangô do terreiro baiano de Axé Opô Afonjá. Sua obra é vasta, passando pelo campo dos estudos comunicacionais à escrita de livros de ficção. Já Ailton Krenak é uma das vozes de liderança do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas. Junto a comunidades ribeirinhas e indígenas da Amazônia, ele organizou a Aliança dos Povos da Floresta. Ele também recebeu diversas honrarias acadêmicas, como o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, em reconhecimento ao seu trabalho como ativista e pensador.

 

Parauapebas

 

Local: Museu de Parauapebas Hilmar Harry Kluck, Rua E, número 513, bairro Cidade Nova.

 

01/12, às 18h –  Mesa 9: Fios de palavras

 

Leonardo Froés, Júlia de Carvalho Hansen e Cecilia Vicuña

 

Mediação: Ludmila Lis

 

Há meio século, Leonardo Fróes usa as palavras como enxada. É com elas que o poeta revira a terra para colher versos. Do trabalho no sítio surgem imagens, cenas e meditações sobre as relações entre homem, bichos e plantas. Já o caminho da poética de Júlia de Carvalho Hansen passa ainda por outra instância. Além de escritora, Júlia é astróloga, e se talvez as estrelas e os planetas não estejam tão presentes nos seus textos, certamente a familiaridade com as palavras lhe serve de ajuda para fazer sentido do que dizem os astros. Os caminhos desviantes de Leonardo Froés e Júlia de Carvalho Hansen coincidem justamente porque deslocam o eixo antropocêntrico de apreensão do mundo. Em “Culturas”, os escritores brasileiros encontram-se com Cecilia Vicuña, poeta e artista chilena que fez do seu trabalho uma plataforma de luta, seja na defesa aos direitos humanos, como na denúncia da destruição ecológica.

 

01/12, às 20h – Mesa 10: Utopia e distopia

 

Margaret Atwood e Antonio Nobre

 

Mediação: Renata Tupinambá

 

Margaret Atwood ocupa um lugar de destaque na ficção contemporânea. Desde 2016, com a adaptação televisiva de “O conto da Aia”, o caráter especulativo da sua ficção foi transfigurado em uma espécie de premonição das crises do século XXI. Se o romance de 1985 oferece uma chave de compreensão para a misoginia das culturas humanas, a trilogia MaddAddão ilumina a urgência da crise climática. Na série de romances, a autora oferece uma narrativa dedicada a explorar, ao limite da dor, questões éticas e morais sobre o futuro da humanidade após o colapso do clima. Se o estranho da ficção de Atwood tem recentemente assumido um caráter assustador e premonitório, a conversa entre ela e o cientista Antonio Donato Nobre é, de certo modo, um encontro entre aqueles que viram, no avanço sobre a atmosfera e sobre as florestas, a caminhada humana em direção ao cadafalso. É de Nobre o relatório “O Futuro Climático da Amazônia”, texto no qual expõe alguns dos “segredos da floresta” de modo a demonstrar a extensão dos danos da ação humana e a urgência de uma cura. Nenhum dos dois poupa o leitor do horizonte sombrio que se aproxima.

 

Casa da Cultura de Canaã dos Carajás

A Casa da Cultura de Canaã dos Carajás é um espaço artístico e cultural aberto à comunidade que oferece, gratuitamente, atividades e eventos à população da região, beneficiando pessoas de todas as idades, classes sociais e origens diversas, especialmente crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

 

Seu compromisso é incentivar, através da arte e da cultura, o conhecimento da população sobre as características da região por meio de iniciativas que utilizem conteúdos relacionados à identidade cultural do território, aperfeiçoando e capacitando profissionais que atuam em áreas compatíveis com o objetivo da instituição, mediante a oferta de oficinas, palestras, workshops e eventos diversos.

 

Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa.

 

Em 2021, são mais de 200 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Fechados temporariamente desde março de 2020 em função da pandemia da Covid-19, eles mantêm programação exclusivamente virtual para conservar vivo o diálogo com seus públicos. Visite o site do Instituto Cultural Vale para saber mais sobre sua atuação: institutoculturalvale.org
Compartilhe:

Apoiadores do ZecaNews