PROMOTOR DE JUSTIÇA LANÇA LIVRO DEDICADO À MULHER

O promotor de Justiça Franklin Lobato, da Violência Doméstica, que também é poeta e escritor, lançou, na noite desta quinta-feira, 16, o livro “100 Páginas de Poesia”. O lançamento, com noite de autógrafos, ocorreu em O Casarão eventos e foi muito concorrido com a presença do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (Comdim), representantes do mundo empresarial, políticos, autoridades e representantes do Judiciário e do Ministério Público do Pará (MPPA).,

Franklin Lobato justificou a publicação da obra contando que por muito tempo foi coordenador do Núcleo Mulher do MPPA e, desde então, sentiu a necessidade de fazer um livro de poesias que falasse “da mulher adolescente, da mulher idosa, da mulher na política, da mulher como líder, dos problemas como a violência doméstica, da necessidade do empoderamento da mulher para sair da situação de dependência econômica, de dependência afetiva”.

O “100 Páginas de Poesia”, fala da mulher no seu ambiente de trabalho, da violência doméstica, da violência de gênero, da discriminação, da necessidade de defesa do direito da saúde e da educação da mulher e “tem como objetivo trabalhar a temática da mulher com igualdade de direitos em relação ao homem”.

“Isso é muito importante porque a mulher deve ser enaltecida nos seus direitos, deve ser respeitada, deve ser tratada com dignidade. Portanto, a nossa Promotoria de Justiça, junto com o Núcleo Mulher, tem desenvolvido várias políticas Públicas em defesa da mulher. Estamos em parceria com a Assembleia Legislativa para a criação de vários projetos de lei em favor da mulher”, enfatizou o promotor.

A mulher empoderada

Uma criatura abatida

Por gerações e anos,

Em caminhos tormentosos

Por tantos desenganos.

Tudo o que é lágrima

Repercute a seu tempo,

Mas pense positivo

Não tenha tanta pressa,

No empoderamento

Que interessa.

 

Vocês são soldadas impiedosas

De suas próprias falhas e erros,

Mas algumas sofrem, abrandam,

E desistem de tudo em bando.

Só veem o que querem ver

Sentadas em cada região

Sem, propriamente, esperar

Um novo amanhecer.

 

Se você em nada acredita,

Por nada labuta,

Então, não se aborrece.

Creia que o medo é mentiroso

E a mentira te entristece.

 

Quantas doses de tristeza

Uma mulher consegue suportar?

Por trás da lamúria de uma mulher,

Há alguém sorrindo em seu lugar.

Trovadores da aleivosia

Em benefício de ninguém,

Devem ser presos e punidos

Por todo o seu desdém.

Homens! Procurem ser gratos

As suas nobres consortes

Por tudo que, no lar, têm

E por toda sua sorte.

 

O último estágio depende

Apenas de cada um

Pelo que, no chão, plantou,

Pode ser o afeto, a dor,

O desgosto, a depressão,

A permissão da maldade,

Ao invés da solidariedade,

A desordem e a solidão,

Ou fé, alegria e redenção.

 

O melhor inimigo da fulana,

É o maldito pensamento

Que, como agouro, saboreia

O veneno ignóbil e frágil

Da imaginada ingratidão

Quando nos braços da solidão.

 

A ilusão passa a fazer o que quer

Apenas por estar atuando,

No travesseiro de uma mulher,

Onde os presságios infelizes

Da intuição não dormem;

Onde certos sonhos morrem,

Entre diferentes matizes.

 

A madrugada fria deixa

Mais intensa a queixa

E as chagas da agonia

Daquilo que cobiça esquecer

A cada jovem estação

Em um novo amanhecer.

 

Vida melancólica e mortiça,

Acesa no ciclo de injustiças;

Eternizada por muito tempo

Por mentiras vivenciadas.

Não há um único ponto de vista

Não sabem aonde vão

Sua lagrimas e pensamentos

No rumo da retaliação.

 

Mesmo com toda sapiência

Da forte natureza feminina

A imaginação oca é

O inferno interior

De cada mulher;

Que ecoa, na própria mente,

Às vezes, de forma displicente.

Estar sozinha é reconhecer

O seu pior autoconhecer.

 

Mas se perceber com firmeza

Que você não merece

Mais estar, aqui, na tristeza

Lhe empreste a própria mão

Seja forte e confiante

E comece a superação.

 

A você mulher do oceano,

A você mulher do deserto

Ou aquela de lugar incerto.

Não importa raça, cor,

Etnia, sexo, religião,

E procedência nacional,

O importante é a defesa

Intransigente do seu direito

De modo incondicional.

 

 

Mulher de verdade é

Aquela que conquista

A todos os dias,

Ela própria, como artista;

Quando faz o que deseja

Por onde ela estiver,

Pois o conto do poderio,

Desde de sempre se repetiu

Como um jaez de cativeiro,

Em sua rede de inquisições

E dolorosos corretivos,

Impostos pelos seus inimigos.

 

Tudo se torna frustrante

Quando a mulher indomável

Abandona o posto dominante;

Fraqueja e se torna instável,

Virando sua própria executora,

No dia que não é respeitada,

Deixa de ser a mentora,

De sua própria jornada.

 

Mulher de lugar nenhum,

Você, realmente, pode nos ver?

Em cada novo entardecer?

Mulher operosa, por favor escute

Dizem que a dona do lar não discute,

E que o homem está no comando,

Mas você mulher negra, índia ou idosa,

Não se conforme com os comentários,

Seja independente e laboriosa;

Seja sempre persistente e teimosa

Faça todos os seus planos

De lugar nenhum para algum.

 

Porque nunca na mulher faltará

A sabedoria para traduzir

Os exércitos do seu por vir

Em seu próprio lugar,

No espaço onde quer estar.

(Franklin Lobato – Promotor de Justiça)  

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