Francisco Hélio de Freitas Maia, de 58 anos, o proprietário da loja de artigos para motos em São Paulo que viralizou nesta semana na internet após vídeos e fotos mostrarem o telhado do local coberto por 2 mil capacetes disse para a Polícia Civil que tinha um propósito. Ele cita que a ‘obra’ foi construída ao longo de 14 anos, onde colocava os equipamentos de segurança, um por um, para criar um tipo de isolamento térmico na loja. Ele destaca também que os itens eram usados e doados por clientes.
Hélio justifica que além de diminuir o calor dentro da loja, a outra função era tentar impedir que ladrões conseguissem entrar pelo telhado da Hélio Motos, tradicional comércio especializado no segmento, no centro da capital de São Paulo.
Em seu depoimento, ele também cita que “Se tratava de capacetes usados deixados na loja por clientes que adquiriram capacetes novos e que os deixavam no telhado visando impedir o calor na loja e dificultar a ação criminosa de indivíduos na sua loja”. A Polícia Civil apreendeu todos os itens de segurança por suspeita de irregularidade.
Os policiais buscam saber, por exemplo, se os capacetes foram roubados ou furtados de motociclistas já que não possuem notas fiscais. Os agentes encontraram os acessórios por acaso, durante uma fiscalização em busca de possíveis irregularidades no comércio local de equipamentos para motos.
A imagem dos capacetes sobre o telhado da loja também foi mostrada do alto por helicópteros de emissoras de TV, jornais e sites e repercutiu nas redes sociais, descritos como “Cemitério de capacetes” e “mar de capacetes”.
Na investigação, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) conseguiu um caminhão que saiu lotado com todos os capacetes. Após prestar depoimento na Divisão de Investigações sobre Furtos, Roubos e Receptações de Veículos e Cargas (Divecar), Hélio foi liberado porque não foi comprovado nenhum crime contra ele.
Ao ser questionado sobre “O grande volume de capacetes”, Hélio “informou que estes foram juntados ao longo de 14 anos” e que “utiliza dois carrinhos de supermercado no interior da loja para o descarte e quando estes ficam cheios, os levam para telhado, faz um furo no meio deles e passa uma corda de aço”.
A filha do empresário, Karina diz que a loja é regularizada e não recebe, compra nem vende capacetes que tenham sido roubados ou furtados, motivo inicial das investigações na região: “Somos honestos. Estamos no mercado há 29 anos, desde 1993. Meu pai chegou até a colocar um cartaz na loja pedindo doações para que doassem capacetes. Agora quem é que guarda nota fiscal de capacete velho?”, pergunta.
Ao ser questionada se a família pretende voltar a cobrir o teto com os acessórios, ela desabafa: “Meu pai está viajando agora. Depois vamos conversar, mas acho difícil porque é muita dor de cabeça de gente que não entendeu a proposta de que só queríamos dar um fim ecologicamente correto”, diz.
Com informações do G1