Outras duas possíveis vítimas são ouvidas nesta quinta-feira (14).
Pelo menos 30 mulheres podem ter sido vítimas do médico Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, preso em flagrante por estupro de vulnerável. “São mais de 30 pacientes já identificadas como possíveis vítimas, pacientes do médico”, disse Bárbara Longo, delegada do caso.
Outras duas possíveis vítimas são ouvidas na delegacia de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Elas foram operadas horas antes do vídeo em que foi usado como prova contra Giovanni.
“Hoje nós aguardamos duas possíveis vítimas. Há muitos indícios de que elas tenham sido vítimas, realmente. Porque elas foram operadas no dia 10 de julho, antes daquela vítima que está nas imagens. Já temos as informações de que elas foram sedadas também, possivelmente desnecessariamente”, comentou Bárbara Longo.
Com elas, chega a sete o número de mulheres que dizem ter sido violentadas pelo médico, além da gestante que foi estuprada durante o parto, no último domingo.
No início da tarde de hoje, o governador Cláudio Castro fez uma vistoria no Hospital da Mulher, onde Giovanni foi flagrado por um celular escondido pela equipe de enfermagem, que estava desconfiada com o tipo de sedação que ele vinha utilizando nos partos. No prontuário apreendido pela polícia, consta que o médico usava Propofol, uma substância que deixa o paciente inconsciente e que é raramente usado em cesarianas.
Renato Sá, vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetricía do Rio de Janeiro, relatou que a sedação em cesarianas deve ser a mínima possível.
“Esses sedativos são usados quando você precisa complementar a anestesia, por exemplo, quando você tem uma falha de bloqueio no final da cesariana.
A ideia é que essa sedação seja o mais leve possível, você aprofunda de acordo com a necessidade, sempre considerando que deve-se usar a menor quantidade de medicação possível, pelo menor tempo possível. O ideal é que a mãe se sinta sedada o mínimo possível para que ela possa cuidar do bebê nas próximas horas”, explicou Renato Sá.
O registro profissional de Giovanni foi suspenso provisoriamente pelo Conselho de Medicina do Rio. O médico está preso preventivamente desde terça-feira (12), no presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.