Uma ex-funcionária de uma empresa de estética será indenizada em R$ 6 mil por danos morais após ter conversas particulares expostas em uma reunião com outros colaboradores. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), ela foi demitida e se esqueceu de sair do WhatsApp Web. O caso aconteceu em Patos de Minas, no estado de Minas Gerais.

No entanto, após pouco tempo após a demissão, um dos sócios da empresa “L&D Centro Especializado em Emagrecimento e Estética Eireli“ acessou o aplicativo e viu as conversas privadas da mulher. Entre os contatos, estava a de uma outra funcionária da empresa. O homem acessou a conversa em questão e tirou diversos prints da troca de mensagens entre as duas. Na conversa, elas falavam de um possível romance extraconjugal entre o sócio da empresa e uma outra funcionária.
A funcionária que conversava com a ex-empregada disse em depoimento que o sócio convocou uma reunião após saber do conteúdo das conversas. Na reunião, ele esclareceu que os boatos eram falsos e chamou a antiga funcionária de “falsa e incompetente”. A mulher disse ainda que os prints das mensagens foram exibidos.

O caso acabou na Justiça, onde a empresa foi condenada em 1ª instância e mesmo entrando com recurso, o juiz relator Leonardo Passos Ferreira, manteve a decisão por entender que houve invasão da intimidade e privacidade da trabalhadora: “Ainda que fossem reprováveis as fofocas propagadas, as conversas particulares jamais poderiam ter sido divulgadas a terceiros, sobretudo da forma grosseira e explosiva como ocorreu. Toda a situação poderia ter sido conduzida de modo mais discreto e respeitoso”, disse o relator.

O valor da indenização foi de R$ 6 mil e avaliado como razoável e proporcional à extensão do dano e à capacidade econômica das partes. A ação não cabe mais recursos. Ao ser procurada para comentar sobre o caso, a L&D Centro Especializado em Emagrecimento e Estética Eireli não se pronunciou sobre o assunto.