No início da madrugada desta segunda-feira, 24, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) chegou ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, aproximadamente 14 horas depois de receber voz de prisão da Polícia Federal (PF) e ter reagido com tiros e granadas no último domingo, 23.
Uma reação chocante à ação de policias federais no último domingo (23) causou revolta em diversos setores da sociedade. O ex-deputado Roberto Jefferson atacou uma equipe da PF que cumpria um mandado de prisão em sua residência no Rio de Janeiro e deixou dois agentes feridos.
Mais cedo, ao comentar a prisão de Jefferson, o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia dito que “o tratamento dispensado a quem atira em policial é bandido”. No entanto, o vídeo mostra o policial sendo cordial com o ex-deputado —ele chega a dizer: “O que o senhor precisar a gente vai fazer”.
Na gravação, é possível ver que a conversa entre Jefferson e o policial, que não teve sua identidade confirmada pela reportagem, é acompanhada por Padre Kelmon (PTB), candidato derrotado à Presidência.
Inicialmente, o ex-deputado afirma que não atirou nos policiais —mas revidou. “Eu quero lhe dizer uma coisa. Não atirei neles. Eles sabem disso. Eu cheguei e eles estavam embaixo, e eu com fuzil, com a arma.”
O policial responde que “os meninos estão bem”, numa possível referência aos agentes feridos, que foram socorridos e passam bem, segundo nota divulgada mais cedo pela PF.
“Eu falei: ‘vocês não têm como me levar. Vocês não estão armados’. Todo mundo sem colete. Todo mundo de peito nu”, disse o ex-deputado.
O agente que negocia com Jefferson pontua que os colegas que foram cumprir a ordem de prisão são da área de inteligência, “burocráticos”, trabalham em escritório e “não são operacionais”.
Jefferson relata que um policial “magrinho” atirou nele. “Ele que atirou em mim primeiro”, afirma. “Ele três vezes ficou enquadrado no meu red dot [função que auxilia o atirador na hora do disparo]. E eu falei, ‘não atira nele, Roberto Jefferson’. Eu não atirei. Quando eles correram para atrás da viatura, aí eu joguei a granada na frente”, revela.
O policial pergunta que tipo de granada Jefferson atirou contra os policiais, e ele responde que era de efeito moral. O agente ri —ao fazer comentário sobre o cheiro no local.
Jefferson admite ainda ter jogado uma segunda granada quando os policiais desceram a ladeira e diz que atirou apenas contra o carro “quando não havia ninguém”.
VEJA O VÍDEO: