Embarques haviam sido suspensos desde 22 de fevereiro por causa de um caso atípico de mal da vaca louca
A China vai retomar as compras de carne bovina do Brasil. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (23) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Principal destino da carne bovina brasileira, sendo responsável por 60% do total dos embarques para o exterior, a China estava sem comprar a proteína desde 22 de fevereiro, quando um caso atípico de mal da vaca louca foi detectado em pequena propriedade no sudeste do Pará.
Com o caso de mal da vaca louca, o Brasil determinou o autoembargo dos envios para o mercado chinês, conforme rege acordo comercial entre os dois países.
A volta dos embarques para da proteína para a China foi anunciada por Fávaro diretamente de Pequim, onde se encontra com comitiva formada por mais de 100 empresários do setor agropecuário. De acordo com ele, a decisão foi confirmada por autoridades sanitárias do país asiático.
“Isso era esperado há alguns dias”, disse Fávaro. “Quero agradecer os pecuaristas brasileiros, que confiam no nosso sistema. Isso nos dá credibilidade no mercado internacional”, complementou o ministro da Agricultura. O titular do Mapa também agradeceu o governo da China, o presidente Lula, o corpo técnico da pasta e o governo do Pará, que, segundo ele, foi rápido e claro em comunicar o caso de mal da vaca louca.
Ou seja, a suspensão das compras de carne bovina brasileira pela China duraram exatamente um mês. Período que foi o bastante para refletir o desempenho geral das exportações do produto. No boletim ‘AgroExport’ desta semana, o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, destacou: os embarques no primeiro trimestre de 2023 devem recuar cerca de 20% (no comparativo com o mesmo período de 2022).
“Podemos calcular de 15% a 20% de recuo nos embarques de carne bovina, motivado principalmente por esse auto embargo”, reforçou Ferreira.