Paralelo às ações de fiscalização intensiva, o governo do Pará executa o Plano de Bioeconomia para o desenvolvimento socioambiental sustentável
O Pará não possui nenhum município na lista dos 10 que mais desmataram a Amazônia no mês de fevereiro de 2023. É o que afirma o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), de alertas de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A análise considera os anos de 2020, 2021, 2022 e 2023. Na lista dos que mais desmataram a Amazônia estão municípios dos Estados do Mato Grosso, Amazonas e Roraima. As informações foram divulgadas neste sábado (11), pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Há pelo menos três anos, o Pará se encontrava no topo do ranking, sempre entre os 10 que mais desmatavam. Em fevereiro de 2020, o Estado ocupou o segundo, terceiro e sétimo lugar com os municípios de Novo Progresso, São Félix do Xingu e Altamira, respectivamente. No ano seguinte, três municípios voltaram a constar na lista dos 10 mais: Altamira, em terceiro lugar; Jacareacanga em sexto e Novo Repartimento, em décimo lugar. Em 2022, Novo Progresso ficou na segunda posição, São Félix do Xingu em terceiro e Altamira em sétima posição.
A saída histórica dos municípios paraenses do ranking dos que mais desmatam comprova a eficácia das medidas integradas e permanentes desenvolvidas por meio da Operação Curupira.
A iniciativa fortalece as ações já realizadas pela Operação Amazônia Agora, a partir da instalação de bases fixas em municípios onde concentram-se os maiores indícios de ilícitos ambientais, entre eles, o desmatamento.
As bases permanentes reúnem agentes ambientais, da segurança pública, da Fazenda (Sefa) e da Agência de Desenvolvimento Agropecuária (Adepará) nos municípios de São Félix do Xingu, desde o dia 15 de fevereiro e em Uruará, desde o último dia 25 de fevereiro. Na próxima segunda-feira (13), será instalada a base fixa em Novo Progresso.
“Comemoramos a saída dos municípios do ranking, mas sabemos da responsabilidade em manter eles fora dessas posições e, sobretudo, diminuir cada vez mais o desmatamento no Estado”, frisou o secretário de meio ambiente e sustentabilidade, Mauro O’de Almeida.
Paralelo às ações intensivas de fiscalização, o governo do Pará executa o Plano Estadual de Bioeconomia e o Plano de Restauração da Vegetação Nativa, esse último em fase de construção. O governo quer dar uma nova opção para aqueles que tiravam a sua renda de atividades ilegais.
“Nós compreendemos que precisamos fechar o ciclo do desmatamento. Se apenas reprimirmos, as chances da pessoa voltar a trabalhar em uma atividade ilegal é grande. Por isso, queremos trazer essas pessoas para que possam trabalhar contribuindo para que a floresta permaneça de pé e ao mesmo tempo fazer com que a atividade possa garantir a renda da sua família. A floresta vale muito mais em pé do que desmatada, é isso que precisamos mostrar e é isso o que propõe, principalmente, o Plano de Bioeconomia”, complementou o secretário ao se referir ao primeiro plano de bioeconomia do Brasil, lançado na última Conferência do Clima (COP 27), no Egito.