Educação: Escola Cristo Rei desenvolve projetos com múltiplas possibilidades aos estudantes

Além do processo de ensino-aprendizagem, cerca de 800 alunos participam de projetos cívicos, esportivos e artísticos-culturais

Há cinco anos, os estudantes da Escola Municipal Cristo Rei, no bairro Jardim União, núcleo Cidade Nova, vivem uma experiência diferenciada no ambiente escolar. Por meio de projetos cívicos, esportivos e artísticos-culturais, eles passaram a ter, no dia a dia, contato com atividades que os ajudam a desenvolver a disciplina, concentração e aprendizagem de uma maneira geral.

Tudo começou em 2018, com a atual gestão da escola que tem como diretora, Gleide Hartuique. Em diálogo com os professores e a comunidade escolar, constatou-se a necessidade de se trabalhar projetos dentro do ambiente da escola que motivasse os estudantes no processo de ensino-aprendizagem.

São seis projetos que atendem cerca de 800 estudantes na Escola Cristo Rei. Um desses projetos é o “Ordem Unida”, em parceria com a Guarda Municipal de Marabá. Ele acontece duas vezes por semana.

Às terças-feiras, acontece o momento cívico, com hasteamento da Bandeira Nacional, Hino Nacional, recitação do Código de Honra, leitura de textos reflexivos e uma maior interação entre pais, alunos e professores. Às quintas, acontece o treinamento da marcha com cadência, já preparando os alunos para o tradicional Desfile de 7 de Setembro.

Os alunos também recebem cargos de xerifes e sub-xerifes e ajudam na organização das salas e dos momentos de atividade dentro do projeto.

Vice-diretora Edilene Souza

“É um projeto que vem para somar com a gestão da escola. Um trabalho voltado mais para a disciplina dos alunos, no sentido desse aluno ter mais concentração nas aulas. A gente sabe que quando uma escola trabalha com a disciplina, isso reflete na aprendizagem. Isso é fato porque vivenciamos isso dentro da escola. O Projeto Ordem Unida traz o aluno para uma conversa, uma orientação em relação ao respeito para com o colega, o professor, conservação do patrimônio público”, explica a vice-diretora Edilene Souza.

No projeto Campeonato de Leitura, os estudantes que fazem parte da sala de leitura da escola, ficam com um livro durante uma semana e após a leitura, precisam fazer um resumo. Os estudantes que leram mais livros ao longo do ano recebem prêmios. A atividade tem como objetivo desenvolver leitura, interpretação, escrita e oralidade dos estudantes.

Outros projetos desenvolvidos no contraturno da escola são xadrez, balé e karatê, que também visam o aperfeiçoamento de habilidades dos estudantes da escola. O xadrez ajuda, por exemplo, em questões como concentração e raciocínio lógico; o balé, na organização; e a música tem ajudado a descobrir diversos talentos.

Há um ano, a escola tem parceria com a Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), por meio do projeto “Música por todo canto”, com aulas de canto coral, violão, flauta doce, instrumentos de percussão, por exemplo.

Há também o “Rei Arte”, que coloca em evidência as produções artísticas dos estudantes, sempre ao final do ano. E ao longo dos meses, artistas são convidados para ministrarem oficinas aos alunos.

Cerca de 60 estudantes fazem parte do “Música por todo canto” na escola. O professor do projeto, Yago Farias, conta que os alunos participam tanto por afinidade como por vontade de aprender um instrumento.

Yago Farias, professor do “Música por todo canto”

“Não só o projeto de música como também a implementação dos outros projetos que funcionam aqui, parece que trazem mais vigor para os alunos. Parece que os alunos são mais felizes. O projeto de música é relevante tanto nessa fase da infância para a construção de atividades e capacidades cognitivas e desenvolvimento delas e também para a socialização, que é muito importante para o aluno”, explana.

O vendedor Max Alves é pai de Elias Mayk, 6 anos, que estuda no 1° ano do ensino fundamental, na Escola Cristo Rei. O filho faz parte do projeto Ordem Unida, mas o pai almeja que o pequeno faça aulas de karatê. Para ele, a escola condiz com a boa reputação que tem nos bairros ao redor.

Max Alves tem filho de 6 anos estudando na Escola Cristo Rei

“Eu acho uma escola bem organizada. Na entrada, você já vê que é uma escola organizada. É uma escola que segue um padrão. Meu filho sempre quis estudar nessa escola e eu sempre ouvi falar bem. A direção é bem dedicada aos alunos. Os professores são altamente qualificados. Primeiro ano do meu filho na escola e ele está muito feliz. Quando a coisa é boa, você tem que saber reconhecer”, ressalta.

Mayk Alves, 6 anos

Para Mayk Alves tudo é novidade.

“Eu acho a segurança aqui muito boa. Eu acho o ensino bom, a professora ensina a gente. Eu gosto muito de matemática”, comenta.

A vice-diretora Edilene Souza ressalta ainda que a escola está sempre aberta à comunidade, fortalecendo esse contato, por meio dos grupos de WhatsApp. Além disso, os projetos revelam vários talentos entre os estudantes.

“Trabalhar com projetos é de suma importância porque desenvolve nos alunos as múltiplas inteligências e também faz despertar neles o interesse de estar na escola. A gente vê esse interesse deles, essa motivação. Eles gostam muito. Torna eles verdadeiros protagonistas, porque a gente tem descoberto vários talentos nessas crianças”, declara.

Os projetos ajudam a mudar as perspectivas de estudantes, como Aimee Mendes, 14 anos, que está no 9° ano e estuda desde o 5° ano na escola. De manhã, ela estuda, e à tarde participa dos projetos. No de música, faz parte do canto coral e da turma de flauta doce. Além disso, faz parte do projeto Ordem Unida.

Aimee Mendes, aluna do 9º ano

“Eu acho que a Escola Cristo Rei tem muito a oferecer para a gente, tanto em disciplina quanto nos projetos. Sempre estamos interagindo com outras escolas, fazendo apresentações. Eu sempre gostei de música. Então, eu me apeguei bastante ao projeto de música. Melhora o aprendizado, melhora as notas, a comunicação. Eu era bem tímida, mas aí com o projeto de música eu consegui perder um pouco o medo do público. Melhora tudo”, relata a estudante.

Sara Aguiar tem 11 anos e está no 6° anos. Ela se identificou com o karatê, esporte que pratica há um ano na escola.

Sara Aguiar pratica Karatê na escola

“Eu acho um esporte legal e é o esporte que eu mais gostei de fazer. O professor sempre fala para a gente se esforçar e dar o nosso melhor na escola. Eu gosto muito de estudar aqui porque eu acho interessante e também acho bacana o momento cívico, às terças”, destaca a estudante.

O professor de Educação Física, Eduardo Carvalho, trabalha há dois anos na escola. O profissional conta que desde o início percebeu o modo diferenciado como a escola lidava com as questões de aprendizado. Para ele, o trabalho realizado na escola rende frutos que perdurarão na vida dos alunos.

Eduardo Carvalho, professor de Educação Física

“Temos uma escola de qualidade, um ensino que realmente funciona. Aqui, a gente prepara realmente o aluno para todas as demandas que ele vai precisar de mercado de trabalho, vida social”, aponta o professor.

Outra frente de atuação da escola é por meio dos simulados, voltados para os estudantes do 5° e do 9° anos e os diagnósticos realizados com as outras turmas, a fim de avaliar as melhores formas de sanar dificuldades que os estudantes tenham. O resultado de todo o empenho é perceptível: a escola tem nota 5.6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Para Edilene Souza, todas as novidades da escola são pensadas tendo como foco principal o desenvolvimento do aluno.

“Procuramos trabalhar de uma forma para que o resultado venha ser positivo voltado para os nossos alunos nos quesitos leitura escrita, compreensão. O aluno não tem só que ler ou escrever, tem que ter um conhecimento de mundo. A nossa preocupação é preparar essas crianças para um mundo letrado. Que eles venham ler, compreender, ter criticidade daquilo que leram para que esse aprendizado não fique só entre quatro paredes, mas que se estenda”, conclui a vice-diretora.

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