Secult: Sarau Lítero-Musical encerra primeiro momento da Expedição Literária em Marabá

 Segundo momento será a Caravana da Leitura que começa no dia 25

 Foi ao som do cantor Mestre Zequinha que o encerramento da Expedição Literária começou, na Orla “Encontro dos Rios”, na Marabá Pioneira. O pontal, nesta quinta, 20, foi palco do Sarau Lítero-Musical, uma culminância deste projeto inédito na cidade, organizado pela Fundação Cultural do Pará (FCP), em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Marabá (Secult). No evento, a participação de vários artistas locais, como escritores, cantores e atores, permitiu que o público pudesse, mais uma vez, apreciar a cultura de Marabá, por meio de poesias, músicas e encenações teatrais das lendas do município.

 

“A Expedição Literária faz parte de um projeto do Governo do Pará. E nós trazemos aqui não só o fomento à leitura, mas também o fomento àqueles artistas e escritores que são locais. Não somente à cultura, mas também à educação. E nada mais satisfatório, para a gente, do que participar deste evento, que é o primeiro de muitos eventos. Durante o aniversário de Marabá, aconteceu a entrega de livros infantis, em todas as creches da cidade, e esta semana aconteceu também a entrega dos kits em 20 escolas de níveis fundamental e médio”, destaca Thiago Miranda, Presidente da FCP.

A atração mais aguardada foi o cortejo de encantarias da Rede Marabela de Histórias, onde várias lendas locais e regionais entram em cena, como a “Matinta Perera”, “Boto”, “Boiúna”, “Porca de Bobes”, “Iara” e “Mulher de Branco”.

“Estou muito feliz enquanto artista, produtora cultural e contadora de histórias, de participar de um momento tão lindo quanto esse, em uma semana cheia de atividades, com escritores de histórias, oficinas, e finalizado aqui no encontro dos rios, com vários espetáculos, teatros, músicas, e o nosso cortejo das lendas do projeto do cortejo da Rede Marabela”, comenta a escritora e atriz Lara Borges, interpretando a Boiúna.

Para o Secretário Municipal Interino de Cultura, Genival Crescêncio, o evento proporciona, além de entretenimento, novas experiências culturais e educativas. “Estamos felizes com essa parceria da Fundação Cultural do Pará, que veio abrilhantar a programação alusiva ao 110° aniversário de Marabá. E as atividades desenvolvidas colaboraram para construir uma nova realidade, com muito conhecimento, alegria, entretenimento e diversão, vivências e novas experiências”, contribui.

Genival Crescêncio, secretário de Cultura

Durante a programação, iniciada na segunda, 17, houve diversas atividades realizadas pela Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, nas escolas da rede municipal e para encerrar, na Orla Encontro dos Rios.

A ‘Expedição Literária’ é um projeto cultural integrado a um programa institucional chamado ‘Leitura por todo o Pará’, que propõe um cortejo por vários municípios do Estado, como ressalta a diretora de Leitura e Informação da FCP, Neila Garcês.

“Então, o que integra essas ações são qualificações de multiplicadores, professores, workshops em projetos culturais, produção de livros eletrônicos, fomento na área de mídias sociais para escritores e também todo um trabalho voltado à qualificação da cadeia produtiva do livro, além da Feira de Livros, que está tendo, inclusive, agora, aqui neste momento de culminância da expedição”, reitera.

Neila Garcês, diretora de Leitura e informação da FCP

Uma das apreciadoras do início ao fim do evento, foi a professora Driele Oliveira, 35 anos, que levou o filho Matheus, de 3 anos. “Esses momentos como o de hoje, são um marco para a gente, porque através desse momento é que a gente pode perpetuar a nossa cultura, fazer o nosso legado, de fato, acontecer e passar às próximas gerações”, ressalta.

Driele Oliveira e o filho

A professora aposentada Joelena Lopes, 53 anos, trouxe o neto Luís Gustavo, 9 anos, para conhecer mais sobre a literatura de Marabá. “Ele está muito familiarizado com a internet, celular, e o contato que ele tem com livros é só na escola. E é por isso que eu trouxe ele para olhar que tem um outro mundo além da internet”, comenta.

O pequeno Luís não perdeu tempo. Aproveitou para conhecer as obras dos escritores e logo recebeu, de presente, a obra “Contos fantásticos da Amazônia”, da escritora Vânia Andrade, uma das convidadas ao evento. “Hoje eu vim para dar uma olhada nesse lugar aqui tão legal, e vou ler esse livro que eu ganhei”, promete.

Falando na escritora Vânia, além dela vários outros escritores locais participaram do evento, como Adão Almeida, Aldemira Aguiar, Josinaldo Viana e Luza Silva.

Para a escritora Vânia Andrade, pioneira ao abordar, em suas obras, as lendas locais de Marabá, é emocionante ver a difusão das narrativas locais.

“Mesmo eu não sendo natural daqui, sou do interior de São Paulo, fui a primeira pessoa em Marabá, junto com minhas amigas de faculdade (Amélia e Marileide) a fazer uma pesquisa de campo sobre as lendas da cidade, no ano 2000. E assim fizemos um livro com todo esse resgate das lendas. E a partir disso eu passei a fazer contos com os personagens inseridos naquele contexto, como a ‘Boiúna’, ‘Capelobo’. E eu fico muito feliz hoje em ver uma apresentação dessas, porque às vezes não valorizam o que você tem na sua terra. Você se questiona: Quem é a ‘Branca de Neve’? É uma lenda da Alemanha. Então vamos olhar para as nossas lendas”, expõe.

A felicidade também é compartilhada com Aldemira Aguiar, escritora de literaturas infantis.

“É gratificante ser convidada. Eu sou viciada em sarau. E com isso, a gente está incentivando a cultura. E por isso nós devemos nos unir sempre para incentivar mais a cultura e a literatura. E eu que já estou escrevendo literatura infantil, eu acho que é nas crianças que está a esperança do Brasil. O pequeno leitor pode se tornar um grande escritor”, almeja.

Aldemira Aguiar, escritora

Adão Almeida fez uma apresentação poética ao lado da cordelista Luza Silva, ambos com livros publicados. “Na verdade, hoje a gente está vivenciando a culminância de uma expedição literária, que a gente vê com bons olhos. Hoje eu duelo com a poetisa Luza Silva e também estou expondo a minha literatura que produzo aqui em Marabá”, comenta.

“Gratidão, porque sei que alguém se lembrou de mim. A gente está contribuindo de certa forma com a cultura e literatura local. É um prazer imenso participar desse evento”, expressa.

Para o escritor e professor Josinaldo Viana, que escolheu sua autobiografia como obra preferida, é uma oportunidade para apresentar os talentos da cidade ao público. “Eu me sinto lisonjeado com essa oportunidade, porque eu sou novo na área da escrita. Sou professor, inclusive da sala de leitura, e essa oportunidade aqui é fantástica. Nós precisamos ainda mais de oportunidades como essa para divulgarmos o nosso material para que as pessoas possam conhecer e ter acesso”, pontua.

 

Josinaldo Viana, professor e escritor

Serviço

Na próxima semana, a Caravana da Leitura continua em várias escolas da zona urbana e da zona rural de Marabá, finalizando as programações.

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