No Dia Mundial de Doação do Leite Materno, 19 de maio, a equipe de reportagem promoveu o encontro entre uma mãe doadora e outra beneficiada com leite para seu bebê. Parabéns pelo ato de generosidade e proteção!

O ato de doar leite materno é um ato de amor e solidariedade que possui uma data especial para incentivar ainda mais essa ação entre as mães. Hoje, 19 de maio, é o Dia Mundial de Doação do Leite Humano.

Uma dessas doações estabeleceu o laço de amizade entre duas mães que não se conheciam. Quando a empresária Beatriz Rechzinski, 34 anos, precisou de doação de leite para seu filho Bernardo que nasceu com 38 semanas de gestação e recebeu o leite da dona de casa Narayanne Macedo, 30 anos, que teve a Isis Valentina há pouco mais de um mês e já é doadora pela segunda vez. Na primeira gestação foi doadora durante quatro meses.

As duas mamães conheceram-se em um encontro marcado por nossa produção na Praça São Francisco. Foi uma imensa alegria para as duas quando se encontraram ali pela primeira vez e souberam da ajuda que haviam possibilitado uma a outra.

A história começa com o nascimento de Bernardo. Tudo correu dentro da normalidade, até que ele teve líquido nos pulmões, cujo nome científico é taquipnéia transitória, que atrapalha a respiração. Ele teve que ir para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) neonatal do Hospital Materno Infantil (HMI). Bernardo ficou sete dias internado para começar a respirar normalmente. “Era tanto sufoco, tanta tensão, porque uma vez a gente ia e estava bem, no outro já não estava tão bem. Até tirar o oxigênio, foi muito tenso”, relembra a empresária.  O bebê precisou complementar a alimentação com leite do banco de leite, pois o que a mãe produzia não era suficiente ainda.

“Depois de uns dias eu comecei a ir até o hospital para tirar o meu leite para ele, mas até eu conseguir tirar a quantidade que ele precisava, que era de até 54 mililitros nos primeiros dias, foi usado o leite da mãezinha que doou, a mãezinha de leite”, descreve.

E mesmo após o bebê começar a tomar o leite da mãe biológica, Beatriz, ela relata que de madrugada o leite que Bernardo tomava ainda era o da doação porque a quantidade era grande. Só quando foi para casa é que Beatriz passou a alimentar o filho exclusivamente com seu leite. “Leite materno é vida. No início, quando comecei a amamentá-lo, ele melhorou muito rápido. Eu tenho mais dois filhos que estão doentes e ele não adoeceu. Eu tenho certeza que é do leite, que é coisa de Deus mesmo. Você sabe a diferença, como tem proteínas, vitaminas, enfim”. O leite materno é importante para o bebê, pois possui todos os nutrientes que o ajudam a fortalecer e a criar imunidade.

Narayanne Macedo foi a doadora do leite que Bernardo tomou nos primeiros dias de vida e conta como foi a decisão de doar leite materno.

“Eu tive muito leite na primeira gestação. E nessa agora, só a partir do 5º dia foi que eu comecei a produzir bastante leite e surgiu a intenção de doar. Como eu já tinha sido doadora da primeira vez, agora tive mais facilidade para ligar, falar com as meninas, fui ao hospital fazer os exames para começar a doar o leite”.

Narayanne conta que a sua motivação para doar está na vontade de ajudar as crianças que precisam. “Como tinha muito leite, resolvi encher os potinhos para dar para as crianças que precisam porque eu tenho certeza que elas são abençoadas. O sentimento é de gratidão, de amor. Agradeço a Deus primeiramente por ter me dado esse privilégio de ser doadora”, elucida.

Todos os dias a doadora tira o leite, armazena em potes de vidro e uma vez por semana, a equipe do banco de leite vai buscar. Geralmente ela doa dois litros por semana.

Ela convida as mãezinhas que estão amamentando a doarem também. “Você, mãezinha, que tem muita produção de leite, vamos ajudar também outras crianças. Hoje estou aqui conhecendo o Bernardo que precisou do meu leite e a gente pode conhecer outras crianças também que precisam de bastante leite