Sespa ressalta a importância do Teste do Pezinho para todos os recém-nascidos

A coleta de amostra do sangue deve ser feita entre o 3º e o 5º dia após o nascimento nas maternidades ou unidades básicas de saúde

No Dia Nacional do Teste do Pezinho, lembrado nesta terça-feira (06), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) destaca a importância dessa estratégia para a saúde das crianças, já que o diagnóstico e tratamento precoces das doenças localizadas reduzem o risco de comprometimento do crescimento e desenvolvimento infantil. Teste do Pezinho é como é chamado popularmente o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), implantado no Sistema Único de Saúde (SUS) há 22 anos pela Lei 10.889/2001.

A Sespa orienta que as amostras de sangue do bebê recém-nascido precisam ser coletadas entre o 3º e o 5º dia após o nascimento, e que todas as unidades básicas de saúde e maternidades devem estar habilitadas para realizar essa coleta, assim como o envio ao Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), que é o Laboratório de Referência do PNTN.

O PNTN dispõe ainda do Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN), que funciona na Unidade de Referência Especializada Materno-Infantil e Adolescente (Uremia), e é para onde são encaminhadas as crianças diagnosticadas com alguma das patologias triadas. Lá, elas têm acompanhamento multiprofissional, evitando as sequelas e dificuldades que a doença pode causar sem o atendimento adequado.

Segundo a coordenadora estadual de Saúde da Criança, Ana Cristina Guzzo, a necessidade de que os bebês façam o teste do pezinho entre o terceiro e quinto dia de nascidos é para que a amostra seja adequada e permita a detecção de todas as patologias precocemente. “Quanto mais cedo melhor, porém, não pode ser feita antes de 48 horas do nascimento do bebê porque é necessário que ele se alimente e metabolize o alimento”, orientou.

Ana Cristina Guzzo informou também que, atualmente, a Sespa está trabalhando para cumprir a Lei Nº 14.154/2021, que entrou em vigor há um ano e teve o objetivo de aperfeiçoar o PNTN, ampliando o rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelo teste do pezinho.

Pela nova lei, o PNTN está dividido em cinco etapas. A primeira etapa inclui a detecção da fenilcetonúria e outras hiperfenilalaminemias, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, a deficiência de biotinidase e a toxoplasmose congênita.

“Então, dessa primeira etapa, estamos finalizando os fluxos e protocolos de acesso para iniciar a triagem para a toxoplasmose congênita, conforme pactuado com o Ministério da Saúde. Com a inclusão dessa patologia, o Estado cumprirá cem por cento da 1ª Etapa da Lei Federal, pois todas as demais já são realizadas no Pará”, explicou Guzzo.

Análise laboratorial- A amostra de sangue tirada do calcanhar do recém-nascido é coletada numa folha de papel filtro nas maternidades e unidades de saúde e encaminhada ao Lacen-PA para realização do exame laboratorial, cujo resultado sai em 12 dias e é enviado para a unidade básica de saúde ou maternidade coletora.

De acordo com o diretor do Lacen-PA, Alberto Júnior, são recebidas, em média, dez mil amostras de sangue por mês e realizadas cerca de 60 mil análises.

Ele informou, ainda, que, quando o resultado do Teste do Pezinho apresenta alguma alteração, é solicitada uma segunda amostra ao município, para comprovação. “Se der normal, o resultado é liberado. Mas caso a alteração permaneça, os responsáveis pela criança são informados, e o bebê é encaminhada para o tratamento no Serviço de Referência de Triagem Neonatal da Uremia”, explicou.

Quanto à implantação do teste para toxoplasmose congênita no Lacen-PA, Alberto Júnior informou que o espaço físico está sendo ampliado para a implantação do novo serviço.

Saiba mais sobre as doenças detectadas na primeira etapa do teste do pezinho

hipotireoidismo congênito é uma doença hereditária que impossibilita a glândula tireoide do recém-nascido de gerar o hormônio tireoidiano T4. Em crianças pequenas, esse hormônio é fundamental, e a ausência dele diminui o metabolismo, impedindo o crescimento e o desenvolvimento físico e mental.

A pessoa com fenilcetonúria nasce sem a capacidade de quebrar adequadamente moléculas do aminoácido fenilalanina. A doença prejudica a atividade da enzima que processa fenilalanina em tirosina. E, caso não tratada, leva a deficiência intelectual, convulsões, náuseas, vômitos, erupção cutânea semelhante a eczema e um odor corporal característico.

doença falciforme é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.

fibrose cística ou mucoviscidose se caracteriza pelo acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo.

hiperplasia adrenal congênita refere-se a diversas doenças genéticas causadas pela deficiência de diferentes enzimas na síntese dos hormônios adrenais. A doença afeta o crescimento e o desenvolvimento normais de uma criança.

deficiência de biotinidase é uma doença genética rara caracterizada pela deficiência da enzima responsável pela absorção e regeneração orgânica da biotina, uma vitamina existente nos alimentos de uma dieta normal.

toxoplasmose congênita ocorre quando a gestante entra em contato pela primeira vez com o Toxoplasma gondii e adquire a infecção. O parasito se multiplica na placenta e pode infectar o feto causando comprometimento de intensidade variável com predominância de lesões no sistema nervoso central e na retina.

Serviço: A Uremia fica localizada na avenida Alcindo Cacela, Nº 1421, esquina com a Avenida Governador José Malcher. Contato (91) 97400-7050/99188-7600. Email: [email protected]

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