CIÊNCIA E ESPAÇO Por que tantos recordes climáticos estão sendo quebrados? Recentemente alguns recordes climáticos foram batidos

Nas últimas semanas a Terra bateu uma série de recordes climáticos em todo o mundo. Mas por que isso tem acontecido recentemente?

  • Nesta semana a Terra registrou o dia mais quente já registrado. Na segunda-feira-(3), a temperatura média global registrada foi de 17,01°C. Na terça-feira (4), o valor foi de 17,18°C;
  • Os valores ultrapassaram o índice máximo de 16,92°C registrado por cientistas em 2016 e 2022, os dados vem dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos;
  • No mar, as temperaturas médias da superfície do mar foram as mais altas já registradas;
  • Na Antártida, a extensão de gelo marinho foi a mais baixa já registrada.

Em 4 de julho, a Organização Meteorológica Mundial disse que o El Niño havia começado. Com o início do fenômeno de aquecimento climático, governos devem ficar preparados para enfrentar eventos climáticos mais extremos que devem bater mais recordes de temperatura nos próximos meses.

Além do efeito aditivo do El Nino, que eleva as temperaturas a níveis recorde, o fenômeno provoca uma redução de aerossóis, pequenas partículas responsáveis por desviar a radiação solar recebida pela Terra.

Esses fatores provavelmente influenciam nos índices recorde de calor na atmosfera e nos oceanos, conforme divulgou a IFL Science.

“Este não é um marco que deveríamos comemorar, é uma sentença de morte para pessoas e ecossistemas”, disse Friederike Otto, palestrante sênior do Grantham Institute for Climate Change and the Environment à Bloomberg.

“É preocupante, não será o dia mais quente por muito tempo”, a preocupação do especialista é com o El Niño, que deve quebrar ainda mais recordes de temperatura no globo durante o ano.

Ilustração do fenômeno climático El Niño no mapa mundi

El Niño distribuí o calor dos oceanos para a atmosfera

  • O El Niño é declarado quando a temperatura da superfície do mar em partes do Oceano Pacífico se aquece de forma considerável;
  • O aumento de temperatura na superfície do oceano contribui para temperaturas elevadas sobre a Terra;
  • Ou seja, o El Niño não cria calor extra, mas redistribui o calor existente do oceano para a atmosfera;
  • Durante o fenômeno os ventos alísios, que vão do leste para a região para o oeste, são enfraquecidos, isso resulta na diminuição da ressurgência de águas mais frias na costa do Pacífico da América do Sul;
  • Esse fator leva ao aquecimento das camadas superiores do oceano, provocando o aumento de tempestades responsáveis pelo aquecimento latente processo que libera ainda mais calor na atmosfera.

“El Niño é basicamente uma mudança na força e direção dos ventos alísios que sopram do leste para o oeste no Oceano Pacífico, o que faz com que a água quente encontrada na parte ocidental do Oceano Pacífico se mova para a região central e oriental do Pacífico”, explica Ángel Adames Corraliza, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Wisconsin, nos EUA, à BBC News.

Com informações de IFL Science.
Compartilhe:

Apoiadores do ZecaNews