Lula abre reunião da Cúpula da Amazônia após 14 anos

A urgência das mudanças climáticas mundiais segue em pauta em Belém nesta semana. Nos dias 8 e 9, a Cúpula da Amazônia reúne, pela primeira vez, oito chefes de Estado dos chamados Países Amazônicos, que discutem a preservação da floresta popularmente conhecida como “pulmão do mundo”.

Neste ano, a Amazônia, além de ser tema incontornável, também será palco das discussões, como já sediou os Diálogos Amazônicos, evento que preparou os debates para serem apresentados na reunião da Cúpula na capital.

“Como diria o poeta Mia Couto, a floresta é um livro vivo e cada diálogo é uma página que escrevemos juntos”, afirmou o senador Beto Faro do PT do Pará que irá sediar os dois eventos. A garantia de preservação do bioma é fundamental para que o Brasil retome o caminho de liderança da bioeconomia.

A programação compõe os grandes eventos que antecedem a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), também a ser realizada em Belém em 2025.

A capital paraense recebeu em Belém, o evento Diálogos Amazônicos, que terá em seguida a Cúpula Amazônica. O evento reúne chefes de Estado dos 8 países membros da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica). São eles: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela estarão reunidos na capital do Pará
O evento é organizado pela Secretaria Geral da Presidência da República. De acordo com o senador Beto Faro (PT-PA), esse debate que envolve a sociedade civil, é central na busca de soluções para a crise ambiental que atinge a Amazônia como um todo. “Como diria o poeta Mia Couto, a floresta é um livro vivo e cada diálogo é uma página que escrevemos juntos”, declarou.
Com o tema “Amazônia Presente e Futuro”, o evento movimenta a capital Belém onde a Prefeitura organizou ampla programação cultural para receber os participantes. Busca realizar uma espécie de jornada rumo à sustentabilidade para garantir o futuro da maior floresta tropical do mundo e os povos que nela vivem. Eles representam cerca de 8% da população da América do Sul, entre cidades, comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas. Há pelo menos 100 tribos com as quais se tem pouco ou nenhum contato.
Entre os participantes estão nomes como a ativista Sonia Guajajara, Deputada Federal e ministra dos povos originários. As atividades estão divididas entre cinco plenárias organizadas pelo Governo Federal. Em cada plenária, serão gerados relatórios a serem apresentados durante a Cúpula da Amazônica. A OTCA contribuirá com o debate sobre povos indígenas ao realizar, no dia 5 de agosto, a Mesa Temática “Modelos de Cooperação e Perspectivas para a Proteção dos Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial (PIACI) na Região Amazônica”. No outro dia, as contribuições serão entregues à Plenária V dos Diálogos intitulada “Os povos indígenas da Amazônia: um novo projeto inclusivo para a região”.
O comitê que coordena a organização do evento é formado por seis instituições socioambientais na Amazônia: Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Fundação Amazônia Sustentável (FAS)/Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) e o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).
A expectativa é de que, tanto Diálogos Amazônicos como a Cúpula da Amazônia, representem uma voz inclusiva a ser escutada por todos os outros países do mundo. O resultado, a partir da Cúpula, fortalecerá a dimensão regional, na narrativa de chefes de Estado, para outros eventos, como a COP 28 nos Emirados Árabes [entre 30 de novembro e 12 de dezembro] e para as reuniões do G20 [grupo que reúne as principais economias do mundo]”, disse à Agência Brasil o diretor da OTCA.
Segundo Beto Faro, que estará entre os presentes, os países amazônicos estão cientes da necessidade de mostrar que conseguem trabalhar de forma conjunta para a apresentação de propostas que, posteriormente, a partir dos projetos bem construídos, poderão despertar interesse internacional e os investimentos necessários para os desafios que estão postos.

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