Discutir as estratégias de desenvolvimento e apontar soluções para problemas de ordem estrutural, principalmente no Distrito Industrial de Marabá, foi a pauta de uma reunião realizada nesta quarta-feira, 16, na Sala de Comissões da Câmara Municipal, com representantes do setor comercial e industrial, com a presença do vice-prefeito Luciano Dias, do secretário de Desenvolvimento Econômico do Pará, Paulo Bengtson e secretários municipais.
Durante a reunião, os empresários presentes apresentaram um panorama das condições do segmento em vários setores e suas vertentes, principalmente em decorrência do panorama de crescimento econômico que o município vive e restringe-se às condições de infraestrutura para que o projeto tenha prosseguimento.
A Sinobras (Siderúrgica Norte Brasil), empresa do grupo Aço Cearense, é um exemplo. Está com projeto de investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão, com a ampliação da produção e consequentemente da área de operação, mas encontra alguns obstáculos para dar continuidade ao projeto, como por exemplo questão fundiária e mão de obra.
“Nós estamos sofrendo hoje para poder conseguirmos algo que é uma coisa natural de uma região já ter, um pouco de infraestrutura, um pouquinho de mão de obra, então quer dizer, você imagina se juntasse essa nossa disponibilidade que estamos tendo, estamos investindo. Nesse momento, quase um bilhão de reais de capital próprio dentro dessa nossa expansão, aqui dentro, se a gente juntasse isso com a força do governo, governo estadual, também aqui juntando com toda a população estaremos gerando muito emprego, gerando muitas oportunidades”, destacou Yan Corrêa, Vice-Presidente Aço Cearense.
Para o vereador Miguel Gomes Filho, presidente da comissão de desenvolvimento da Câmara, o Estado precisa trabalhar em parceria com o governo do município e empresários para superar problemas históricos.
“E não adianta o Estado ficar dizendo, amanhã nós vamos resolver, não! Não é mais possível ter um investimento como a gente tem, (Sinobras), talvez seja o maior em geração de emprego do Pará, e está paralisado porque não tem terreno. Os terrenos estão invadidos porque o Estado não dá conta de fazer a infraestrutura do Distrito Industrial, de uma série de coisas, então isso precisamos mudar, e nós precisamos mudar isso dialogando, porque brigar, reclamar, falar, isso não adianta mais, eles não nos ouviram”, relata o parlamentar.
No último mês de julho, uma comissão formada por diretores da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), empresários, vereadores, secretários municipais e do vice-prefeito de Marabá, fizeram visitas nas empresas instaladas no Distrito Industrial de Marabá (DIM), para conhecer de perto a estrutura, os projetos de expansão e os desafios das empresas frente às dificuldades materiais, logística e de mão de obra especializada para seguir nos projetos de crescimento.
“Nós precisamos destravar os problemas que temos no Distrito Industrial, iniciando pela questão fundiária, tem que ser resolvido isso, convidamos a FIEPA, convidamos a Câmara para fazer um tour no Distrito, conhecer a real situação do Distrito e conhecer as demandas das principais empresas do Distrito, porque não só o problema fundiário, as empresas também têm problemas que precisam ser destravados junto aos órgãos públicos, seja municipal ou estadual”, esclarece João Tatagiba, presidente da Acim.
Caetano Reis, secretário municipal de Indústria, Comércio, Ciência, Tecnologia, Mineração e Turismo, acompanhou a reunião como também participou da visita no DIM que é preciso avançar nas discussões para criar um projeto que possibilite às empresas de poder ampliar a produção e consequentemente gerar mais emprego na região.
“O secretário de Estado vai poder sentir as reações. As verdadeiras necessidades, não só das empresas que já estão instaladas, mas também ouvir, não só da parte da Associação Comercial, que é o setor produtivo, mas também das próprias empresas que já estão sediadas no tipo industrial, a questão de melhorias, de readequação, inclusive de área, de espaço, porque outras empresas através dos segmentos que já estão instalados também querem se instalar. Com certeza, a ampliação é um fator que é preponderante para ampliar e o processo de desenvolvimento dessa região”, destaca.
Paulo Bengtson, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, ouviu as demandas dos empresários e afirmou que o governo estadual será parceiro para desenvolver economicamente a região junto com empresários e governo municipal. “Eu sempre digo que nós precisamos olhar para frente. Temos muitos problemas históricos na região de Marabá, quanto à mineração e outros temas, mas essa reunião de hoje me trouxe uma nova visão e tenho certeza que daqui para frente nós poderemos, junto com o governo do Estado, que nós fazemos parte, com o governo municipal e também com a ajuda do governo federal, destravar pautas tão sensíveis à população”, pontuou o secretário.
O vice-prefeito de Marabá, Luciano Dias, destacou a importância da reunião para projetar a criação de um polo de industrialização e desenvolvimento, gerador de emprego e renda para Marabá.
“A presença do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado aqui em Marabá é fundamental para que ele possa colher da gente as reivindicações que temos do setor produtivo, dos empresários, do poder público, seja Legislativo ou Executivo, de todas as demandas que nós temos hoje no Distrito Industrial. Para a gente poder, de uma vez, destravar aquelas travas que existem ainda hoje, para a gente poder tornar Marabá tudo aquilo que nós queremos. Um polo produtivo, um polo de industrialização, um polo de desenvolvimento para gerar emprego, para gerar renda para a nossa população”, pontuou.