O anúncio acontece um dia após a confirmação pelo Hezbollah da morte de seu líder, Hassan Nasrallah, em um bombardeio israelense
Israel anunciou neste domingo (29) que matou mais um dirigente do Hezbollah, durante um ataque aéreo no sábado na periferia sul de Beirute, depois de eliminar o poderoso líder do movimento islamista libanês, Hassan Nasrallah.
O Exército “eliminou o terrorista Nabil Qauq, comandante da unidade de segurança” do Hezbollah e membro do conselho central da organização pró-Irã, afirma um comunicado militar.
Uma fonte próxima ao Hezbollah confirmou à AFP a informação.
“Nabil Qauq era considerado próximo à cúpula da organização terrorista Hezbollah e estava diretamente envolvido na promoção de planos terroristas contra o Estado de Israel e seus cidadãos, inclusive nos últimos dias”, acrescentou o Exército.
O anúncio acontece um dia após a confirmação pelo Hezbollah da morte de seu líder, Hassan Nasrallah, na sexta-feira em um bombardeio israelense contra o quartel-general do movimento xiita ao sul de Beirute.
A morte de Nasrallah, que era considerado o homem mais poderoso do Líbano, constitui uma grande vitória de Israel contra seu arqui-inimigo Irã e seus aliados, mas leva a região para um terreno desconhecido.
“Acertamos nossas contas com o responsável pelo assassinato de inúmeros israelenses e muitos cidadãos de outros países”, celebrou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O governo do Irã reagiu e afirmou que “o objetivo sagrado” de Nasrallah será concretizado com a “libertação de Jerusalém”.
Ataques prosseguem
O Exército de Israel também anunciou neste domingo que efetuou “dezenas” de ataques contra alvos do Hezbollah no Líbano nas últimas horas.
A Força Aérea israelense “atacou dezenas de alvos terroristas”: posições de lançamento de foguetes, instalações militares e depósitos de armas.
Desde sábado, o Exército bombardeou centenas de alvos, acrescenta a nota militar.
Vários dirigentes do Hezbollah morreram ao lado de Hassan Nasrallah na operação que recebeu o nome “Nova Ordem”, segundo Israel. As autoridades do país destacaram que a “maioria” dos integrantes de alto escalão da organização morreu em operações israelenses nos últimos meses.
Nasrallah, 64 anos, era venerado entre a comunidade xiita do Líbano. Líder do Hezbollah desde 1992, ele vivia escondido há muitos anos e raramente aparecia em público.
Seu primo Hashem Safieddine, uma figura importante no movimento pró-Irã, é apontado como um possível sucessor.
O papa Francisco pediu neste domingo um cessar-fogo imediato “no Líbano, em Gaza, no restante da Palestina, em Israel”, em um discurso no último dia de uma visita de três dias à Bélgica.
“Muitas pessoas continuam morrendo, dia após dias, no Oriente Médio”, acrescentou o pontífice.
A China pediu a adoção de “medidas imediatas para acalmar a situação e evitar que o conflito se propague ainda mais ou fique fora de controle”.
O Irã pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para evitar “uma guerra total” na região.