Diretoria do HMI abre investigação e afasta equipe envolvida em óbito
Depois de mais um óbito de um recém-nascido no Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá, um grupo de vereadores visitou a instituição na última quinta-feira (16) para investigar as razões das recentes ocorrências
e exigir providências da prefeitura e da Organização Social Madre Tereza, encarregada da administração hospitalar. Em apenas 15 dias, três mortes ligadas à maternidade foram notificadas, incluindo a de uma mãe e dois bebês.
Na visita, os parlamentares Ilker Moraes, Cristina Mutran, Dean Guimarães, Orlando Elias, Marcelo Alves, Jocenilson Silva, Priscila Veloso, Miterran Feitosa, Maiana Stringari e Vanda Américo, juntamente com Monalisa Miranda, representando o Conselho Municipal de Saúde, também estiveram presentes. O grupo foi acolhido pelo diretor do HMI, Fábio Farias, que reconheceu as dificuldades enfrentadas pela unidade.
O presidente da Câmara, Ilker Moraes, destacou a falta de profissionais especializados como um dos principais problemas do hospital. “Queremos entender o que está acontecendo. Não podemos continuar assistindo mortes enquanto a população sofre com um serviço público deficiente. Precisamos de mudanças imediatas”, afirmou.
A diretoria do Hospital Materno-Infantil de Marabá (HMI) fará instauração de sindicância para apurar as condutas e já determinou o afastamento dos profissionais envolvidos na avaliação e alta da paciente Adrielle Silva Escandeia.
A equipe se solidariza com a família da paciente e esclarece que dentre as mudanças emergenciais, nenhuma gestante será reencaminhada ao seu domicílio, sem antes ter sido submetida a avaliação obstétrica com especialista.
Sobre o óbito
A sra. Adrielle Silva Escandeia, 21 anos, na sua sétima gestação, atualmente com 35 semanas de idade gestacional, fazia pré-natal, com última consulta em novembro do ano passado. procurou o Hospital Materno-Infantil de Marabá (HMI) no início da manhã de hoje, 23 de janeiro de 2025, com queixas de dor no baixo ventre e movimentos fetais presentes. Foi avaliada na triagem do HMI e liberada, uma vez que não se detectou alterações na vitalidade fetal ou alterações maternas que indicassem internamento neste atendimento. No final da manhã, retornou ao hospital, pois apresentou em seu domicílio sangramento de grande volume. Recebeu novo atendimento, e nesta nova avaliação foi detectada alteração do bem-estar fetal, sendo encaminhada com urgência para o centro obstétrico. No momento da cesárea foi detectado que o feto estava sem batimentos cardíacos e que a placenta havia descolado do útero, levando ao óbito fetal. Esclarecimentos foram feitos à família e instituído investigação da cadeia de atendimento que culminou com o óbito.