Durante coletiva de imprensa na última terça-feira (18), o prefeito Toni Cunha reafirmou o compromisso de campanha de adquirir 50 novos ônibus equipados com ar-condicionado e Wi-Fi, mas admitiu que o processo licitatório para a compra pode levar tempo
A empresa Integração, responsável pelo transporte coletivo em Marabá, sudeste do Pará, reconheceu que a operação atual não atende à demanda, mas alegou que a circulação de mais de 20 ônibus na cidade se tornou inviável devido à baixa quantidade de passageiros. Segundo a empresa, transportes alternativos têm captado usuários nos pontos de ônibus, resultando em veículos circulando sem ocupação.
Em contato com o jornalista Vinícius Soares, do Portal Debate, o proprietário da Integração, Clécio Márcio de Siqueira, informou que o subsídio mensal de R$ 200 mil repassado pela Prefeitura de Marabá para cobrir meias-passagens e gratuidades se encerrará no dia 5 de abril, justamente no aniversário de 112 anos da cidade.
Caso não haja um novo projeto de lei para manter o auxílio financeiro, Clécio afirmou que a continuidade da operação será inviável, o que pode levar à retirada dos ônibus de circulação. Ele manifestou interesse em dialogar com o prefeito Toni Cunha (PL) para buscar uma solução, mas demonstrou insegurança quanto aos planos da gestão municipal.
Durante coletiva de imprensa na última terça-feira (18), o prefeito reafirmou o compromisso de campanha de adquirir 50 novos ônibus equipados com ar-condicionado e Wi-Fi, mas admitiu que o processo licitatório para a compra pode levar tempo.
A gestão municipal pretende criar uma autarquia para administrar o transporte público, com a aquisição de micro-ônibus para circulação nos bairros e veículos articulados para interligação entre os núcleos habitacionais. O projeto executivo está em desenvolvimento, mas ainda não há um prazo definido para a implementação, embora a prefeitura estime que o processo não deve levar mais de um ano.
Diante do impasse, estudantes e demais usuários do transporte público estão organizando um protesto para a próxima sexta-feira (28). O ato está programado para bloquear a ponte na BR-230 (Rodovia Transamazônica) sobre o Rio Itacaiunas a partir das 5h da manhã.
Ao Portal Debate, o estudante universitário João Vitor Cavalcante criticou a atual situação do transporte coletivo, ressaltando que uma cidade como Marabá, com núcleos habitacionais distantes entre si e mais de 50 mil usuários, está sendo atendida por apenas seis ônibus, o que motivou o protesto.
Ele também informou que criou um grupo com os interessados no ato e que haverá uma reunião na terça-feira (25) na Unidade 1 da Unifesspa para discutir o formato do protesto, que deve impactar o trânsito entre os núcleos Cidade Nova e Nova Marabá. Como alternativa, no dia do protesto, os motoristas podem utilizar a Ponte Ana Miranda para chegarem aos seus destinos. (Portal Debate)