Região devastada por exploração histórica clama por projetos e recursos para reflorestamento, enquanto debates globais se concentram em outras áreas na capital paraense na Cop 30.

Marabá PA: Em meio aos debates globais sobre o clima na COP, uma questão urgente paira sobre o Sul do Pará: a ausência de projetos concretos para a recomposição florestal em uma região duramente castigada pela exploração histórica.

Outrora rica em seringais e castanhais, a região viu suas riquezas naturais serem dizimadas ao longo das décadas, deixando um legado de destruição que clama por reparação.

“Na década de 60, os seringais de Marabá foram devastados pela extração desenfreada, dizimando não apenas o látex, mas as próprias seringueiras”, denuncia Maria Silva, líder comunitária da região. “O mesmo ocorreu com os castanhais, que se estendiam até Dourado dos Carajás. Hoje, as castanheiras lutam para sobreviver.”

Apesar de ser o epicentro dessa devastação, a região se sente negligenciada nos debates e na alocação de recursos para a recomposição florestal. A centralização das discussões em Belém, a capital do estado, deixa de lado as necessidades urgentes das comunidades locais.

“Onde está a bancada parlamentar da região?”, questiona João Pereira, agricultor local. “Qual a defesa efetiva da floresta do Sul do Pará nos debates sobre financiamento climático? Precisamos de ações concretas, não apenas promessas vazias.”

A comunidade local exige atenção imediata e projetos que visem a restauração do ecossistema e a promoção do desenvolvimento sustentável. A recuperação da floresta é fundamental para garantir o futuro das comunidades tradicionais e a preservação da biodiversidade da Amazônia.

A COP pode ser o palco para discussões importantes sobre o clima, mas é crucial que os olhares se voltem para as regiões que mais necessitam de apoio e recursos para a recomposição florestal. O Sul do Pará não pode ser esquecido.

Da Redação do Zeca News.