Veterinária faz duro alerta sobre o abate clandestino de gado, o famigerado “boi na folha”

 

 

Em entrevista exclusiva ao Zeca News, a veterinária Fernanda Moraes, da Casa da Roça, especialista em segurança alimentar, fez um alerta incisivo sobre o abate clandestino de gado — uma prática ilegal que continua avançando silenciosamente e oferecendo perigos sérios para toda a população.

Segundo a profissional, o consumo de carne sem inspeção sanitária é um risco que não pode mais ser ignorado.

“O abate clandestino representa uma ameaça direta à saúde pública. Muitas pessoas ainda não têm consciência do perigo que correm ao colocar na mesa uma carne que não passou por nenhum tipo de controle sanitário”, afirmou Fernanda, que dedicou sua tese de graduação na Faculdade Anhanguera à investigação desse problema.

Ela explica que animais abatidos fora dos órgãos oficiais de fiscalização podem carregar doenças graves, que são transmitidas ao ser humano justamente pelo consumo da carne contaminada. Entre as enfermidades mais frequentes, Fernanda cita três que merecem atenção máxima:

  • Cisticercose
  • Brucelose
  • Tuberculose bovina

“Estamos falando de doenças que podem comprometer seriamente a saúde de famílias inteiras. É fundamental que o consumidor saiba o que ele está comprando”, reforçou.

 

A veterinária também destacou que a solução passa por uma única atitude: consumir produtos de origem certificada.

“Quando a carne passa por inspeção, existe rastreabilidade, controle, exames e responsabilidade técnica. Sem isso, o consumidor está completamente desprotegido.”

Fiscalização é a barreira entre o consumidor e o risco invisível

Fernanda fez questão de ressaltar a importância dos órgãos de inspeção sanitária: o SIM (Serviço de Inspeção Municipal), o CIE (Consórcio Intermunicipal de Emprego) e o CIF (Serviço de Inspeção Federal). São eles que atuam na linha de frente, acompanhando e fiscalizando todas as etapas da produção de carne — do manejo ao transporte, do abate ao processamento.

“Esses serviços são uma barreira essencial entre o consumidor e doenças que, muitas vezes, só aparecem quando já é tarde. Eles existem para garantir que a carne que chega às casas seja segura, saudável e dentro dos padrões exigidos pela legislação”, explicou a veterinária.

Fernanda conclui reforçando que combater o abate clandestino é uma responsabilidade de todos: produtores, autoridades e consumidores.

“Se não houver denúncia, conscientização e escolha por produtos certificados, essa prática perigosa continua ganhando espaço. E quem paga o preço é sempre o consumidor.” (Da Redação do ZecaNews)

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